Dragão perde o rumo mesmo sem nevoeiro

Gregório Cunha / LUSA

Jogadores do FC Porto após derrota com Nacional

Grande surpresa na Choupana. Desta feita o nevoeiro não apareceu, pelo menos no terreno de jogo. Nacional ganhou por 2-0.

Na equipa portista a ideia foi que pelo menos os “dragões” jogaram sob um impenetrável manto de névoa que lhes impedia de ler o jogo, antecipar os lances ofensivos do Nacional e gizar jogadas de ataque.

Os insulares marcaram dois golos numa primeira metade em que os da Invicta não registaram qualquer disparo.

No segundo tempo os visitantes criaram perigo, mas o os anfitriões nunca perderam verdadeiramente o controlo dos acontecimentos.

Foi a terceira derrota do Porto nesta Liga, a primeira ante um adversário que não Benfica ou Sporting.

Surpreendente a forma como o Nacional reentrou na partida, nove dias depois da suspensão do jogo devido ao nevoeiro.

Pouco tempo após o reatamento, Dudu cabeceou para o golo dos insulares, assistência de Gustavo Garcia da direita.

O Porto tentou reagir, mas nunca mostrou qualidade para ultrapassar a defesa nacionalista, com os da casa a chegarem com muita facilidade junto da baliza de Diogo Costa em transição.

E em cima dos 45 minutos, Zé Vítor, também de cabeça, fez o 2-0, assistência do ex-portista Bruno Costa.

O “dragão” chegou ao intervalo sem qualquer remate.

Os “dragões” reentraram de outra forma, mais pressionantes e com diversos remates e ocasiões de golo, nomeadamente por Samu e Deniz Gül, mas mesmo assim sem grande convicção.

O Nacional, por seu turno, perdeu muita capacidade ofensiva e o primeiro remate que conseguiu desde o intervalo aconteceu apenas aos 71 minutos.

Ainda assim, defensivamente os insulares foram-se mantendo sólidos e não permitiram que os portistas reduzissem sequer o défice.

O Jogo em 5 Factos

1. Deserto ofensivo

A primeira parte do Porto foi sofrível. Em termos ofensivos, os “azuis-e-brancos” não existiram, chegando ao intervalo com— zero remates, contra seis dos nacionalistas. Todos os 13 disparos e os 0,9 Golos Esperados (xG) dos visitantes aconteceram somente no segundo tempo.

2. Relação difícil com a área

Também apenas na segunda parte os “dragões” descobriram os caminhos para a área insular. Das 25 acções com bola nesta zona do terreno, só sete aconteceram na etapa inicial.

3. Pouca pressão, mesmo a perder

Os “azuis-e-brancos” estiveram quase o jogo todo (do reatamento) a perder, mas nem por isso a equipa mudou a sua forma de jogar, não apostando especialmente na pressão. Prova disso o facto de o Porto ter terminado o desafio com apenas nove acções defensivas no meio-campo contrário.

4. Transições dão nisto

O Nacional apostou muito no contra-ataque, para tentar aproveitar uma defesa portista algo subida. Consequência desse facto, os insulares caíram quatro vezes em situação de fora-de-jogo, novo máximo da equipa na prova.

5. Nacional ganhou nos duelos

O Porto estava a mostrar uma agressividade diferente nos últimos tempos, mas neste jogo os seus jogadores estiveram mal nos duelos individuais. O Nacional ganhou 56, mais 12 que os comandados de Vítor Bruno.

Melhor em Campo

Enorme jogo do central nacionalista. Zé Vítor não só marcou o segundo golo do desafio, como esteve impecável nos duelos. Em dez venceu nove, sendo que o único que perdeu foi um de cinco duelos aéreos defensivos (ganhou os outros quatro). E ainda terminou com 13 acções defensivas, com destaque para nove alívios.

Resumo

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