Portugal é considerado, muitas vezes, o país mais antigo da Europa. Contudo, São Marino existe como nação independente há muito mais tempo, graças a uma história que começou com um pedreiro em fuga.
A fundação do Reino de Portugal data de 1139, e as fronteiras do nosso país estão estabilizadas desde o século XIII. Por isso, é considerado o país mais antigo da Europa.
Contudo, Portugal perdeu a sua independência durante 60 anos, entre 1580 e 1640, após o rei espanhol Filipe II (Filipe I de Portugal) ter ocupado o trono na sequência do desaparecimento de D. Sebastião na Batalha de Alcácer-Quibir, em 1578. O rei português morreu sem herdeiros, deixando um vazio no trono.
A independência dos espanhóis foi recuperada em 1640, durante a Guerra da Restauração, quando D. João IV liderou uma revolução.
São Marino é a “república mais antiga do mundo”
Deste modo, São Marino é o estado soberano mais antigo da Europa, tendo mantido sua independência desde a sua fundação em 301 depois de Cristo.
Este “microestado sobreviveu ao longo dos séculos, apesar dos perigos da história, salvaguardando a sua autonomia e liberdade“, vinca-se no livro “São Marino – História da república mais antiga do mundo” de Antonio Stolfi.
É um dos mais pequenos países do mundo e será também um dos mais antigos estados soberanos do mundo.
País nasceu com a fuga de um pedreiro
O pequeno país de 61 km² nasceu por causa da fuga de um pedreiro chamado Marino (daí o nome da pequena República), que teve de abandonar a ilha de Rab, situada onde é, actualmente, a Croácia.
Marino fugiu de perseguições religiosas promovidas pelo imperador romano Diocleciano, e refugiou-se no Monte Titano, o ponto mais alto do actual São Marino, elevando-se a cerca de 739 metros acima do nível do mar.
Foi neste monte que é, actualmente, Património Mundial da UNESCO que Marino fundou uma pequena comunidade cristã, construindo uma capela e um mosteiro. E foi aí que viveu até o fim dos seus dias como eremita.
A capela e o mosteiro tornaram-se no centro do que viria a ser o estado soberano de São Marino.
A comunidade criada por Marino funcionava com uma espécie de “governo da montanha” que era liderado pelos chefes de família e que se reuniam numa assembleia chamada “Arengo”.
Nestas reuniões, os cidadãos discutiam e decidiam sobre questões importantes para a comunidade. Tratava-se de uma forma de democracia direta, onde podiam votar nas decisões.
O respeito até de Napoleão Bonaparte
Desde então, São Marino manteve a sua independência, apesar de várias tentativas de anexação ao longo dos séculos.
“A independência de São Marino é um fenómeno único, excepcional, quase inconcebível, uma história que impõe admiração e sobretudo todo o respeito”, vinca-se no livro de Antonio Stolfi já citado.
Liberdade essa que foi “reconhecida e respeitada” por Napoleão Bonaparte em 1796, e por “todos os governos franceses” que se lhe seguiram, “pelo Congresso de Viena em 1815” e “por Abraham Lincoln em 1861″, aponta ainda Stolfi no seu livro.
Durante as duas grandes Guerras Mundiais, São Marino manteve-se neutro.
O pequeno país é totalmente rodeado por Itália, tem uma população de cerca de 30 mil habitantes, e uma economia que assenta no turismo, na indústria e no comércio.
São Marino tem como lema nacional “Libertas” (ou seja, “liberdade” em Latim), que foi inspirado nas últimas palavras de Marino.
Caro ZAP,
Esta notícia tem um erro grosseiro, pois nela consta: «Portugal perdeu a sua independência durante 60 anos, entre 1580 e 1640, após o rei espanhol Filipe II (Filipe I de Portugal) ter ocupado o trono na sequência do desaparecimento de D. Sebastião na Batalha de Alcácer-Quibir, em 1578.»; o que não é verdade!
Portugal nunca perdeu a sua independência face a nenhum outro estado, sempre foi um estado soberano desde a sua fundação por D. Afonso Henriques até hoje, nem mesmo Napoleão Bonaparte conseguiu retirar a independência ao nosso país!
Durante o período referido de 1580 a 1640 o trono do Reino de Portugal esteve ocupado pelos mesmos reis (os nossos e também da Sicília e Nápoles, reis Filipe I, II e III) que ocuparam o trono de Espanha (e que para esse país são os reis Filipe II, III e IV), numa união dinástica da Casa de Habsburgo (também conhecida por Casa de Áustria), mas não de estados soberanos, pois esses mantiveram a sua independência um do outro, pois nunca na História existiu uma união hispânica ou ibérica, ao contrário do que por vezes é dito por alguns.
Em 1640 dá-se a restauração no trono de Portugal numa família portuguesa, a Casa de Bragança, daí o dia 1 de dezembro de 1640 ter passado à história como a data da Restauração. Essa ação restaurou uma dinastia portuguesa no trono, iniciando o reinado da Casa de Bragança, que governaria o país até a proclamação da República em 1910.
Agradeço que corrijam o erro da frase dessa notícia.
Obrigado.