“Pobres crianças: devem estar fartas de bandeiras de arco-íris”. Tendo abandonado o passado, os museus precisam de uma nova justificação.
Nós, adultos ou crianças, estabelecemos ligação com o passado através de aulas, de documentários, de livros de história e através de… museus.
Os museus tornaram-se locais de visita obrigatória para muita gente, local de orgulho para os habitantes da zona.
Mas os directores de diversos museus começaram a mudar de ideias, quando começaram a sentir que passou a ser aborrecido apresentar exposições.
Os museus tinham de passar a ser locais interactivos – e o foco passou a ser outro, em muitos casos.
Hoje, as crianças entram em (alguns) museus e ouvem logo o primeiro ensinamento: o nosso passado foi horrível. Só escravidão, colonialismo, guerras, racismo, sexismo e homofobia.
Os anti-colonialistas exigem a retirada de elementos ou exposições completas que abordem o colonialismo.
Identidade de género
Então, hoje, os museus servem para quê?
Para ajudar as crianças a explorar a sua identidade de género – foi a principal conclusão de um estudo da Universidade de Leicester, no Reino Unido.
O documento pede aos responsáveis pelos museus que mostrem apoio “inequívoco” à inclusão dos transexuais, especialmente quando há protestos… nos próprios museus. Pede ainda que as crianças usem a casa-de-banho que quiserem e apelam à colocação de produtos menstruais na casa-de-banho masculina.
“Pobres crianças”
“Pobres crianças: devem estar fartas de bandeiras arco-íris“, reagiu Joanna Williams no portal The Spectator.
Joanna considera que a conclusão dos investigadores do Leicester saiu ao lado. As crianças têm muitas oportunidades para explorar a sua identidade de género – mas faltam oportunidades para explorações (positivas) do passado.
Os museus deveriam servir para mostrar às crianças – e não só – objectos do passado, ligações com o passado, que as afastem desta “negatividade implacável” sobre a nossa História.
“Tendo abandonado o passado, os museus precisam de uma nova justificação”, continua o artigo.
A reacção ao estudo da Universidade de Leicester é reveladora. Ou melhor: a falta de reacção. Pelo contrário: houve aprovação por maioria.
Os directores dos museus não contestam este estudo porque não têm confiança na exibição do passado, nesse compromisso.
E, como precisam de receitas, aceitarão focar-se na inclusão. Ou vão sentir-se obrigados a aceitar.
Mas, avisa Joanna, se a prioridade passa a ser questionar a identidade de género, isso será “o fim dos museus”. A agenda política vai acabar com estes espaços – pelo menos como eram até agora.
“Antigamente, as pessoas iam aos museus, não para se encontrarem, mas para encontrar o passado. Os museus, por sua vez, uniram as pessoas através de um sentido partilhado da História. Os curadores identitários de hoje parecem determinados a destruir esta ligação vital e unificadora com o nosso passado”, finaliza o artigo.