Morreu Jean-Pierre Adams, o internacional francês que estava em coma desde 1982

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(dr) PSG

Jean-Pierre Adams com a camisola do Paris Saint-Germain.

Morreu Jean-Pierre Adams, antigo internacional francês. O ex-futebolista entrou em coma em 1982 após uma anestesia mal administrada durante uma operação a um joelho.

O antigo internacional francês Jean-Pierre Adams morreu esta segunda-feira, aos 73 anos, após ter passado 39 anos em coma. O L’Équipe avança que o ex-defesa morreu no Hospital Universitário de Nîmes, em França.

Adams estava em coma desde 1982 após um erro numa anestesia durante uma operação para tratar uma rutura de ligamentos no joelho. O francês, na altura com 34 anos, sofreu um broncoespasmo e entrou em coma — que se manteve até à hora da sua morte.

“Soubemos esta manhã do falecimento de Jean-Pierre Adams. Ele vestiu as cores do Nîmes Olympique 84 vezes e formou com Marius Trésor ‘a guarda negra’ da seleção francesa. O Clube oferece as suas mais sinceras condolências aos seus entes queridos e à sua família”, anunciou o Nîmes Olypmique, que Jean-Pierre Adams representou entre 1970 e 1973.

O ex-futebolista nascido no Senegal também jogou pelo Paris Saint-Germain entre 1977 e 1979, embora tenha sido no Nice que se destacou.

Adams estava a fazer um curso de treinador em Dijon quando começou a preocupar-se com o joelho. Interrompeu o curso ao quarto dia e dirigiu-se a um hospital em Lyon para ver o que se passava. Os exames revelaram danos num tendão e o médico concluiu que o melhor seria operar.

Jean-Pierre Adams entraria em coma e nunca mais acordaria da anestesia. O médico de Adams enquanto estava no PSG, Pierre Huth, abriu um processo contra a forma como a operação foi levada a cabo.

Um tribunal de Lyon, eventualmente, considerou os médicos culpados de danos involuntários. Ainda assim, a sua família não recebeu qualquer indemnização.

Em 2007, a esposa de Adams revelou um pouco sobre a situação do marido: “Jean-Pierre sente, cheira, ouve, estremece quando um cão ladra. Mas ele não consegue ver”.

Bernadette Adams tomou conta do marido, em sua casa, até à hora da morte e manteve-o em coma na esperança de que, um dia, a ciência evoluísse e fosse possível tirar Jean-Pierre do seu eterno coma.

Em declarações à CNN, no ano passado, Bernadette disse que “nunca ninguém se esquece de dar presentes a Jean-Pierre, seja no aniversário dele, no Natal ou no Dia do Pai”.

“Compramos presentes como uma t-shirt ou uma camisola porque eu visto-o na cama — ele muda de roupa todos os dias”, acrescentou a sua esposa. “Eu compro coisas para que ele tenha um quarto bonito, como lençóis bonitos, ou um perfume. Ele costumava usar Paco Rabanne, mas o seu favorito mudou, então agora eu compro o Sauvage da Dior”.

Daniel Costa, ZAP //

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