Um professor de química identificou recentemente o que eram as bolhas brancas invulgares que têm vindo a aparecer ao longo da costa de Newfoundland, no Canadá.
As bolhas, observadas ao longo da Baía de Placentia, levaram os habitantes locais a especular sobre a sua origem, com alguns a compará-las a cera ou até mesmo bolor.
A investigação começou no início do outono, quando as fotografias da substância misteriosa se tornaram virais, levando a uma análise pelo professor de química Chris Kozak da Memorial University.
Denominado “Projeto Glob Desconhecido”, este esforço de investigação teve como objetivo identificar a composição material destas bolhas com a ajuda de estudantes, explica a BBC.
As descobertas da equipa determinaram que as bolhas eram de borracha sintética – provavelmente um composto de borracha butílica e acetato de polivinilo, materiais normalmente encontrados em adesivos como cola ou revestimentos de verniz das unhas.
Os testes de Kozak confirmaram que, embora as bolhas tivessem um forte odor “volátil”, não eram tóxicas e eram seguras de manusear, aliviando algumas preocupações ambientais e de saúde dos habitantes locais.
Apesar desta descoberta, a origem das bolhas continua desconhecida. Kozak comunicou as suas descobertas ao governo canadiano, que também tem vindo a realizar testes independentes à substância.
A textura e o aspeto das bolhas contribuíram para a intriga. O habitante local Stan Tobin comparou-as a “alguém a tentar cozer pão e a fazer um péssimo trabalho”. O canadiano encontrou centenas destas bolhas ao longo da baía, a maioria com cerca de 15 centímetros de diâmetro.
Kozak especula que quantidades significativas deste material sintético podem estar a repousar no fundo do oceano, o que pode representar um risco se for confundido com alimento pela fauna marinha. No entanto, o Ministério do Ambiente do Canadá ainda não confirmou esta hipótese, afirmando que não partilha pormenores nem valida descobertas externas durante as investigações em curso.