A Associação de Médicos de Saúde Pública considera que o Governo falhou na criação de soluções atempadas e seguras e sublinha o precedente “evitável” da quebra do isolamento que o voto nas legislativas vai criar.
Os médicos de saúde pública devem pedir “escusa de responsabilidade civil” até ao final de Fevereiro, de acordo com a Associação Nacional desta classe profissional face à decisão do Governo de que os eleitores em isolamento poderão sair para votar nas eleições legislativas de 30 de Janeiro.
Num comunicado divulgado depois de o Governo ter anunciado que as pessoas isoladas por causa da covid-19 vão poder ir votar presencialmente nas eleições legislativas de dia 30, a Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública (ANMSP) sublinha o “precedente evitável” da quebra do isolamento e diz que esta situação vai “condicionar novas dificuldades ao exercício profissional dos médicos de saúde pública”.
O grupo também recomenda a criação de horários e locais próprios de votação nas legislativas para quem está em isolamento, para evitar o “cruzamento desnecessário entre indivíduos infetados/em potencial período de incubação com a restante população”.
“Somando-se à insuficiência de recursos e soluções logísticas para dar resposta ao número de casos de infeção SARS-CoV-2/covid-19 causados pela variante Ómicron, irá recomendar a todos os seus associados que peçam escusa de responsabilidade civil no seu exercício profissional e todos os conflitos legais decorrentes de atos de Autoridade de Saúde até ao final do mês de fevereiro de 2022”, sublinha a nota.
Na nota, a ANMSP “reconhece” os constrangimentos inerentes à votação ao domicílio, mas considera que o Governo falhou na implementação de “soluções alternativas atempadas e seguras”.
A Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública apela à participação nas eleições através do voto antecipado e recomenda ainda a utilização de máscaras dos tipos FFP2/KN95.
ZAP // Lusa