Médica que acusou cirurgiões nega envolvimento em morte de jovem esfaqueada

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Interna no Hospital de Portimão assegura que não deu alta à jovem que morreu poucos dias depois de ter saído do hospital.

Há precisamente um mês, no dia 15 de Junho, uma jovem de 26 anos foi esfaqueada pelo ex-namorado.

Foi assistida na urgência do Hospital de Portimão. Tinha duas perfurações no pescoço.

O clínico geral que estava no serviço de urgência pediu ajuda à equipa de cirurgia – onde estava Diana Pereira.

A médica interna de cirurgia participou nesse tratamento e, segundo o jornal Expresso, considerou que os ferimentos eram ligeiros.

Como as duas feridas não precisavam de sutura, foi feita limpeza e desinfecção e colocado um penso.

A médica deu alta à jovem esfaqueada, indica o semanário.

Mas, poucos dias depois, foi para um hospital privado depois de ter febre, falta de ar e dores muito intensas no pescoço, além de dificuldade em engolir.

Nesse hospital privado, a jovem ficou a saber que tinha um abcesso com 18 centímetros.

O seu estado agravou-se, voltou às urgências do Hospital de Portimão, entrou em choque séptico e morreu.

Diana Pereira já se demitiu e, de acordo com o mesmo jornal, essa demissão aconteceu quando a vítima voltou ao hospital e por “instabilidade mental”.

Cirurgiões disseram ao Expresso que a interna mostrou “total incapacidade”, tendo analisado o caso de forma “grave e leviana”, com “neglicência e erro”.

“A morte podia ter sido evitada se a vítima tivesse sido devidamente tratada”, indicou um médico, sob anonimato.

Reacção da médica

Diana Pereira reagiu nas redes sociais e assegura que, sendo interna de primeiro ano, nunca deu alta a qualquer doente na urgência do Hospital de Portimão.

“Fazia apenas o exame físico e a colheita da história com o devido registo clínico sempre acompanhada de internos mais experientes e especialistas que assumiam a orientação dos doentes. É pois absolutamente falso que tenha dado alta à jovem”, assegura a médica.

Diana Pereira também garante que se demitiu antes de a jovem regressar às urgências do hospital: “É também, pois, absolutamente falso que me tenha demitido por ‘instabilidade mental’. Já não me encontrava ao serviço quando a jovem voltou ao hospital”.

E classifica os cirurgiões citados como “cobardemente anónimos”, cita o Postal do Algarve.

Denúncia em Abril

Diana Pereira é a médica que, em Abril, apresentou queixa na Polícia Judiciária contra um cirurgião e o diretor do Serviço de Cirurgia I do Hospital de Faro por negligência médica.

A médica interna aponta, pelo menos, 11 casos de negligência ao longo do primeiro trimestre deste ano. Alguns originaram a morte do paciente.

Os médicos foram suspensos preventivamente. Mas o caso ainda não entrou na Ordem dos Médicos.

ZAP //

4 Comments

  1. Estamos a viver o momento da purga. Socialmente ninguém está a ser responsavel quanto baste. Socialmente somos o que somos e a culpa é de quem nos governou até ao presente, dinheiro às paletes, todos os medalhados de seguida passaram a arguidos, portanto CR7 só há um Cristiano e mais nenhum. Agora é tempo de vacas magras, o mais forte impera sobre o mais fraco e salve se quem puder, que o diga Rui Rio. Grandes males grandes remédios não tarda estamos em ditadura.

  2. Como não podem contrariar o que a corajosa e honesta médica em formação Diana Pereira fez, ao denunciar práticas abusivas e lesivas, e diga-se que bem frequentes por esses hospitais a fora, tentaram primeiro menorizar o carater da mesma, e depois, mesmo, armar-lhe uma armadilha (pois então, que pela conhexida e corrente solidariedade profissional ecorporativa, que é vigente e pouco ou nada crítica face a erros ou práticas quanto a atos médicos), pois que salta aos olhos que o é, assim como e adicionalmente destruir-lhe o carater, de forma a esvaziar qualuer valor ao que esta corajosa médica (acima de tudo, com caráter muito aparentemente e muito integro).

  3. Basta ler os docs cujos links deixo abaixo, para se perceber que a médica Diana Pereira não poderia decidir sobre atos médicos, isto durante o seu primeiro ano de formação do internado (que é uma formação geral), pelo que ou estão a mentir ao dizer que a mesma o fez (o mais provável), ou então naquele serviço e coniventemente com os “artistas” de Faro, armaram-lhe cobardemente uma armadilha e forçaram-na a que tomasse uma decisão que evidentemwnte não podia tomar e sim apenas o seu “tutor” ou médico autónomo dentro da equipa a que a médica fazia parte (simples assim), o que a confirmar-se, configuraria um crime grave da responsabilidade dos médicos com autonomia da equipa e em particular do tutor desta médica em formação de primeiro ano. Apenas confirma o que já acima escrevi.

    Costuma-se dizer que quando algo parece ser merda, cheira a merda, e sabe a merda, é porque deve ser merda. É justamente o que se apresenta neste caso e quanto aos que foram acusados pela médica, e pelos vistos aos que a seguir estão a dar cobro para que os mesmos não sejam devidamente investigados e responsabilizadoa se for o caso.

    E porque é que, após mais de 3 meses este caso gravíssimo ter sido despoletado, ainda não deu entrada na Ordem dos Médicos?

    https://www.smzc.pt/internato-medico/guia-do-internato-medico#_Toc47711469

    https://ordemdosmedicos.pt/prescricao-por-medicos-do-ano-comum-formacao-geral/

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