May ainda não saiu de Downing Street, mas já há vários candidatos na fila

Andy Rain / EPA

Theresa May ainda não teve tempo de se levantar da cadeira, mas já há candidatos a quererem ocupar o seu lugar.

A primeira-ministra britânica prometeu demitir-se quando o acordo que negociou com Bruxelas para retirar o Reino Unido da União Europeia passasse no Parlamento. O acordo não passou à primeira, não passou à segunda e John Bercow não deixou sequer levar o documento à Câmara dos Comuns uma terceira vez.

Esta sexta-feira, é muito pouco provável que Theresa May consiga uma vitória, neste que é o último dia previsto para a votação de apenas uma parte do acordo – a do compromisso de saída, e não a que detalhe os termos da relação comercial do Reino Unido com a União Europeia no futuro.

Como May só sai se o acordo for aprovado, há um obstáculo claro à sua remoção. Ainda assim, isso não impede que haja já candidatos a quererem ocupar o seu lugar. O primeiros nomes a serem avançados foram os de Michael Gove, Boris Johnson, Jeremy Hunt e Sajid Javid.

O ministro do ambiente Michael Gove já está a montar uma equipa de campanha, ainda que em segredo. O conservador, que já passou pelas pastas da Educação e Justiça, é visto pelos analistas como um homem mais conciliador do que Boris Johnson, demasiado espampanante para os gostos de alguns conservadores mais conservadores, adianta o Expresso.

O concorrente direto é, portanto, Boris Johnson, o ex-mayor de Londres e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros que se demitiu em colisão com o plano de May para o Brexit. Contudo, antes de se tornar na estrela do movimento pela saída do Reino Unido da UE, Boris Johnson ficou conhecido pelas suas colunas irónicas no The Daily Telegraph, que ficaram famosas e ajudaram a criar a ideia de que a Europa controla toda a vida pública do Reino Unido.

Jeremy Hunt é também um ás neste baralho, uma vez que se tem tornado uma voz pelos brexiters. Além disso, a sua retórica no Parlamento está hoje mais perto deste grupo do que estava quando este processo começou.

Sajid Javid, ministro do Interior, é também uma das apostas. De acordo com o semanário, falou recentemente em “invasão” como qualificativo para o que se passa em Dover, porto do sul de Inglaterra, onde chegam os barcos que vêm de Calais com imigrantes. Ainda assim, Javid votou “remain” no referendo de 2016, mas ao mesmo tempo defende que a imigração de países europeus seja cortada para cerca de 10 mil entradas por ano.

Amber Rudd é também um nome sonante. Se não assumir uma candidatura à liderança, é assumida dentro do partido como o nome que pode trazer mais vantagens aos candidatos “com mais chances”. Dentro dos conservadores, é uma das vozes mais fortes contra a saída sem acordo.

Andrea Leadsom, responsável pelas relações dos conservadores com o Parlamento, também tem estado na ribalta, uma vez que se tem notado o seu esforço de lobbying para que o acordo de Theresa May passe pelos Comuns, evitando o caos de uma saída desordenada.

Menos conhecido é Matt Hancock, ministro da Saúde, que está a conseguir alguma tração sob o lema “eu sou uma cara nova”.

Outros potenciais candidatos incluem Stephen Barclay, atualmente ministro do Brexit de May; Dominic Raab, ex-ministro do Brexit que abandonou a equipa a primeira-ministra; Liz Truss, secretária de Estado das Finanças; David Lidington, o número dois de Downing Street e Philip Hammond, ministro das Finanças.

LM, ZAP //

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