A marijuana é o “cannabis cristão”

Craig Gross já foi o “pastor da pornografia”. Agora está a promover o lado espiritual da marijuana e a convencer cristãos dos seus benefícios.

“Eu fui percebendo… Eu precisava de desacelerar um bocado. E quando desaceleras um bocado, começas a ver um pouco melhor as coisas”.

É assim que Craig Gross, que já foi o “pastor da pornografia”, começa por explicar ao Religion News Service porque tem andado a promover a utilização da marijuana.

Para saber como é a marijuana, é porque o pastor já a experimentou. Sim, aos 36 anos.

O seu pai tinha morrido pouco antes e não conseguia livrar-se de problemas de saúde. Experimentou marijuana, a nível medicinal, como um medicamento.

A marijuana passou a controlar os seus problemas de saúde mas também alterou a sua forma de rezar – Craig passou a sentir-se incentivado a seguir a voz que passou a falar com ele.

“Essa voz era como se fosse uma professora”, descreveu.

Agora, e desde 2019, está a promover o lado espiritual da marijuana e a convencer cristãos dos seus benefícios.

Foi em 2019 que partiu para algo inacreditável para muitos cristãos: construir uma marca de cannabis comercializada especificamente para cristãos.

Chama-se Christian Cannabis e será a primeira dedicada a um público religioso. Está na fase de tentar atrair investidores, para colocar produtos à venda na Califórnia até ao final de 2022. Depois quer expandir o “negócio” para outros estados dos Estados Unidos da América (onde a utilização da marijuana seja permitida).

Quais produtos? Além da própria marijuana, “wafers de comunhão” de cannabis, uma tintura de “água benta” e bastões de incenso de cannabis.

Craig tenta, não só vender a planta, mas também encorajar os cristãos a utilizarem a marijuana para aprofundarem a sua relação com Deus: “A marijuana tem lugar na oração. E pode ajudar-te a ligares-te a Deus de uma maneira profunda”.

A prioridade do pastor não é criar um grupo de cristãos à volta da marijuana; é levar a marijuana a cada vez mais cristãos. Tentar com que os crentes fumem antes da oração, ou então que utilizem a planta sem vergonha, como auxílio.

“É um caminho espiritual mas diferente do caminho da igreja da tua mãe. Temos que estar abertos para apresentar o Evangelho, apresentar o Espírito de maneiras diferentes”, comentou.

Obviamente a concentração do componente mais “forte” da planta é baixa, neste contexto.

“Não é a alface do diabo!”, avisa o pastor.

Ah, e referimos no início do artigo que Craig Gross era o “pastor da pornografia”. Porquê? Porque esteve durante 20 anos a falar em igrejas dos EUA sobre os efeitos negativos da pornografia. Criou mesmo uma organização nacional, a XXXchurch.com.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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