Filho de ex-ministro brasileiro preso em nova fase da operação Lava Jato

agenciasenado / Flickr

O ex-ministro brasileiro das Minas e Energia, Edison Lobão

A polícia brasileira prendeu, esta terça-feira, o filho do ex-ministro das Minas e Energia, numa investigação da Lava Jato sobre corrupção e branqueamento de capitais na Transpetro, subsidiária da Petrobras, e na Usina Hidroelétrica de Belo Monte.

Segundo um comunicado divulgado pela task-force da Lava Jato, “as investigações apontam que, entre 2008 e 2014, Edison Lobão e Márcio Lobão solicitaram e receberam suborno dos grupos Estre e Odebrecht na ordem de 50 milhões de reais [11 milhões de euros]”. Os responsáveis da investigação revelam ainda que as “evidências indicam que os atos de branqueamento de capital se estendem até 2019”.

Os agentes da polícia também procuram provas sobre a participação dos investigados na negociação de supostos benefícios em mais de 40 contratos celebrados pelas empresas Estre Ambiental, Pollydutos Montagem e Construção, Consórcio NM Dutos e Estaleiro Rio Tietê.

“As provas indicam que subornos foram entregues em dinheiro num escritório de advogados ligado à família Lobão, localizado no Rio de Janeiro. Nesse sentido, foram obtidos depoimentos de colaboradores, registos de ligações e reuniões entre os investigados, e registos em sistemas de controlo dos subornos”, frisou a Lava Jato.

A operação visou agora recolher provas sobre supostas ações de branqueamento de capitais realizadas por Márcio Lobão na aquisição e posterior venda de obras de arte com valores sobrevalorizados, simulação de operações de venda de imóvel, simulação de empréstimo e movimentação de valores em contas abertas em nome de empresas offshore no exterior.

Os investigadores justificaram o único pedido de prisão da operação frisando que há “fortes evidências do envolvimento de Márcio Lobão, por longo período, em diversas operações de branqueamento de capitais e em crimes de corrupção relacionados com diferentes obras públicas e grupos empresariais”.

“A medida [de prisão] revela-se imprescindível para garantir a ordem pública e económica, evitando-se a continuidade e a reiteração criminosa”, acrescenta a mesma nota.

A 65.ª fase da Lava Jato foi batizada de Operação Galeria. Além da prisão de Márcio Lobão, os agentes da polícia cumpriram onze mandados de busca e apreensão em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Brasília.

// Lusa

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