O homem acusado de ter matado duas mulheres e ferido outras duas, em abril de 2014, em São João da Pesqueira, foi condenado à pena máxima de 25 anos de prisão esta quarta-feira.
O tribunal de Viseu considerou provado que Manuel Baltazar, conhecido por “Palito“, tinha a intenção de matar as quatro vítimas, disparando uma arma tipo caçadeira contra a filha e a ex-mulher (Sónia Baltazar e Maria Angelina Baltazar, que ficaram feridas) e duas familiares desta (a tia e a mãe, Elisa Barros e Maria Lina Silva, que morreram).
Os crimes foram cometidos em Valongo dos Azeites, no concelho de São João da Pesqueira (distrito de Viseu), quando as quatro mulheres estavam num armazém onde existe um forno, a fazer bolos para a Páscoa.
Além dos quatro crimes de homicídio qualificado (dois dos quais na forma tentada), o arguido estava acusado de um crime de detenção de arma proibida e outro de violação de proibições ou interdições.
A leitura do acórdão tinha sido marcada duas vezes, mas adiada devido a uma “alteração não substancial” dos fatos relacionada com o número de disparos, que levou a que, na terça-feira, três peritos tenham sido ouvidos em tribunal para prestar alguns esclarecimentos.
Um deles foi Luís Silva, elemento da PJ de Vila Real que recolheu vestígios dos crimes, ocorridos em Valongo dos Azeites, que confirmou a existência de quatro disparos, mais um do que admitiu Manuel Baltazar.
Durante o julgamento, o advogado Manuel Rodrigues tentou demonstrar que “Palito” atingiu inadvertidamente a filha, com o disparo que se destinava à ex-sogra.
Na terça-feira, durante as alegações complementares feitas após os depoimentos dos peritos, a procuradora do Ministério Público disse ter reforçado a convicção de que Manuel Baltazar “quis efetivamente matar ambas” e voltou a pedir a pena máxima de 25 anos de prisão.
/Lusa