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Cientistas mais perto de uma análise ao sangue para diagnosticar a doença celíaca

Persian King / Flickr

Cientistas estão cada vez mais perto de conseguir uma análise sanguínea que consiga diagnosticar a doença celíaca, através da descoberta de um marcador imune distinto nos pacientes.

A doença celíaca é uma doença auto-imune crónica do intestino, causada por uma sensibilidade permanente à ingestão de glúten. São precisos vários anos para ser  diagnosticada corretamente e os testes podem ser bastante invasivos.

O número de celíacos continua a aumentar, por isso, uma simples análise ao sangue seria uma forma bastante mais fácil de diagnosticar a doença. Vários especialistas estão a trabalhar nesse campo e, segundo o Science Alert, estão mais perto de o conseguir.

Já existem testes sanguíneos que conseguem diagnosticar a doença celíaca, no entanto, exigem que as pessoas consumam glúten de forma regular nas semanas anteriores, traduzindo-se num processo demorado e desconfortável (e continua a haver a possibilidade de o teste não ter resultados). Para já, a única forma de confirmar um diagnóstico celíaco é através de uma biopsia ao intestino delgado.

Agora, depois de conduzir vários estudos clínicos na Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos, uma equipa internacional descobriu um marcador imune distinto no sangue de quase todos os participantes do estudo diagnosticados com a doença.

“Para muitas pessoas que seguem uma dieta sem glúten, mas sem um diagnóstico formal da doença, tudo o que pode ser preciso é uma análise ao sangue antes e quatro horas depois de uma pequena refeição de glúten”, diz Jason Tye-Din, gastroenterologista e investigador da doença no Royal Melbourne Hospital e no Instituto Walter e Eliza Hall.

A equipa deu a voluntários com a doença uma injeção de peptídeos de glúten ou uma bebida com farinha de trigo e notou um aumento rápido e coordenado de vários produtos químicos imunológicos conhecidos como citocinas.

Das 18 citocinas encontradas, a Interleucina 2 (IL-2) foi uma das primeiras a aumentar e a atingir os níveis máximos, com o pico mais alto de todas. A Interleucina 8 (IL-8) foi outra citocina que mostrou uma resposta semelhante.

Quando os participantes receberam uma dose superior de glúten, os sintomas de náuseas e vómitos aumentaram, e aqueles com crises mais severas tiveram concentrações plasmáticas mais altas de IL-2.

Membros da investigação estão a trabalhar com a ImmusanT Inc, uma empresa focada nas terapias imunológicas para várias doenças autoimunes que está a desenvolver uma “vacina” com peptídeos destinada a funcionar como imunoterapia para celíacos. Os peptídeos utilizados no estudo, agora publicado na revista Science Advances, foramos mesmos usados nesta vacina.

ZAP //

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