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Japão importou cinco vírus mortais, incluindo Ebola, por causa de Tóquio 2020

Kimimasa Mayama / EPA

Com os Jogos Olímpicos à porta, um laboratório japonês decidiu importar cinco vírus mortais, nomeadamente Ebola, para fazer frente a um eventual surto durante a competição que vai levar ao país mais de 600 mil turistas.

Os vírus foram importados de um país estrangeiro desconhecido, no mês passado, pelo Instituto Nacional de Doenças Infeciosas (NIID) — parte do Ministério da Saúde, do Trabalho e do Bem-Estar do Japão — no seu laboratório de alta segurança em Musashimuraya, escreve o IFLScience.

Embora não pareça muito inteligente ‘convidar’ germes altamente contagiosos para uma ilha, a verdade é que esta ideia faz parte de um plano maior para lidar com um possível surto, uma vez que a cidade está prestes a receber mais de 600 mil turistas.

Em novembro de 2018, o jornal japonês Ashai Shimbun noticiou que as autoridades de saúde queriam obter os vírus para desenvolver um melhor sistema de inspeção de doenças infeciosas antes do início das Olimpíadas.

Além disso, as autoridades também consideram que o acesso imediato aos vírus é extremamente importante para fazer um diagnóstico rápido e preciso de um paciente no caso de haver mesmo um surto.

Os cinco patógenos importados pelo NIID são facilmente transmissíveis e todos podem causar febres hemorrágicas. Além do Ebola, estamos a falar dos vírus responsáveis pela febre hemorrágica da Crimeia-Congo, febre hemorrágica da América do Sul, do vírus de Marburg e febre de Lassa.

Devido à sua natureza altamente contagiosa, todos serão mantidos num laboratório certificado com o mais alto nível de precauções de biossegurança, conhecido como BSL-4. Existem apenas alguns laboratórios BSL-4 que podem ter estes vírus mortais, nos quais se incluem dez laboratórios nos Estados Unidos e o japonês NIID.

Apesar das rigorosas precauções, os moradores de Musashimuraya não ficaram muito satisfeitos com a ideia, tendo expressado as suas preocupações quando o plano foi discutido publicamente em 2018.

Tal como diz a revista Scientific American, citada pelo mesmo site, trabalhar com patógenos num laboratório BSL-4 é quase “tão árduo como explorar as regiões polares ou o espaço sideral”.

ZAP //

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