Cuidar de animais está 30% mais caro; inflação aumenta abandono

Verão já costuma ser sinónimo de mais animais abandonados. Mas a guerra na Ucrânia e a crise económica deste ano agravaram o panorama.

O abandono de animais já tinha registado um aumento em 2021, em Portugal: subida de 38,6%.

Em média, foram abandonados 119 animais por dia, num cenário que se agrava normalmente no Verão.

Muitas famílias continuam a partir de férias e, antes, deixam na rua os seus animais de estimação. Não os levam para férias e nunca mais cuidam deles.

O panorama é grave a nível europeu, avisa o canal Euronews. Neste Verão têm-se registado mais abandonos de animais em diversos países europeus.

A guerra na Ucrânia, e a inflação que se tem seguido, é (mais) um factor que contribui para o abandono e que agrava este contexto.

“Temos a impressão de que há cada vez mais pessoas que não se querem responsabilizar quando adquirem um animal”, lamenta Aurélie Ithurbide, responsável por um refúgio da Sociedade Protetora dos Animais em França.

“Ou não pensam em todos os encargos que ter um animal implica, incluindo o custo financeiro de alimentar, cuidar, levar ao veterinário – que é caro – ou ir de férias. Tudo isso tem de ser tido em conta”, lembrou Aurélie.

No Reino Unido há mais abandonos de animais e menos adopções. Porque, revelou um estudo, agora ter um animal de estimação é 30% mais caro do que há um ano.

Também se tem registado uma alteração no momento da morte: agora há mais cremações colectivas, que substituem funerais e cremações individuais.

Isto pode diminuir despesas mas aumenta a carga psicológica para os donos, que já estavam afectados pelo falecimento do companheiro.

“Os animais são como parte das famílias. Durante a pandemia, as pessoas passaram mais tempo com os animais. Por isso, quando morrem e as pessoas não lhes conseguem dar um funeral ou uma cremação digna, isso faz com que fiquem ainda mais perturbadas”, partilhou David McAuliffe, dono de cães.

ZAP //

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