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Congressista Jim Jordan
O congressista Jim Jordan, da ala mais radical dos Republicanos, não conseguiu os votos necessários para ser eleito Presidente da Câmara dos Representantes.
Após a destituição sem precedentes de Kevin McCarthy ter mergulhado a Câmara dos Representantes no caos, a confusão dentro dos Republicanos continua.
O congressista Jim Jordan, aliado próximo do ex-presidente Donald Trump e fundador do Freedom Caucus — um grupo com os membros mais radicais do partido —, não conseguiu os votos necessários para ser eleito Presidente da Câmara dos Representantes na primeira votação, obrigando a novas rondas até que um líder permanente reúna os votos necessários.
Jordan garantiu a nomeação Republicana na sexta-feira passada, depois de o whip da maioria da Câmara, Steve Scalise, ter desistido devido à oposição da ala radical. Jordan derrotou o Republicano Austin Scott da Geórgia, obtendo 124 votos contra 81.
No entanto, na votação geral, Jordan conseguiu apenas 200 votos, com 20 outros congressistas Republicanos a não o apoiarem, ficando assim aquém dos 217 votos necessários para a eleição.
Elise Stefanik, presidente da conferência Republicana da Câmara dos Representantes, nomeou formalmente Jordan, elogiando-o como um “guerreiro da América Primeiro“. No entanto, vários Republicanos recusaram apoiar Jordan por o considerarem demasiado extremista para ocupar o terceiro cargo político mais importante dos Estados Unidos, depois do Presidente e Vice-Presidente.
Já os Democratas apoiaram totalmente o seu candidato, Hakeem Jeffries, mas dado que recebeu 212 votos — mais 12 do que Jordan. No entanto, dado não terem controlo da Câmara, os Democratas acabam por não ser importantes nesta decisão.
Na prática, num momento em que os Republicanos têm maioria na Câmara baixa do Congresso, isso significa que o Democrata Hakeem Jeffries precisaria de convencer pelo menos cinco Republicanos a votar em si.
A Câmara vai reunir-se novamente esta quarta-feira para outra ronda de votação. Jeffries incentivou os Republicanos mais moderados a formar uma coligação bipartidária, mas mesmo os maiores críticos de Jordan recusaram a ideia.
A Câmara está paralisada há duas semanas sem um Presidente. O líder interino, o Republicano da Carolina do Norte Patrick McHenry, só pode convocar votações para eleger o novo Presidente. Isto significa que leis importantes não podem ir a votos, como o pacote de ajuda para Israel que Joe Biden prometeu na sequência da recente escalada de violência contra o Hamas.
O impasse é raro; é apenas a segunda vez desde 1923 que foi necessária mais do que uma votação para eleger o Presidente da Câmara dos Representantes. A primeira ocorreu precisamente no início deste ano, quando Kevin McCarthy precisou de 15 rondas de votação, perante a grande oposição do Freedom Caucus.
Adriana Peixoto, ZAP // Lusa