Ganhar a vida pode ser stressante. Quer se trate de restrições de tempo, colegas difíceis, falta de autonomia, ou uma carga de trabalho pouco razoável, é difícil pensar num trabalho que não tenha com uma certa pressão.
O stress tem um impacto negativo na saúde mental e física e é uma das principais causas de ausência prolongada no trabalho. Um nível excessivo de stress é mau para os funcionários e para as organizações para as quais trabalham, segundo um artigo do Conversation.
No entanto, muitas vezes, a responsabilidade pela gestão do stress é deixada ao funcionário. Os empregadores tendem a pensar que o seu papel consiste em ajudar o pessoal a gerir melhor as suas próprias situações individuais, talvez alterando o seu próprio comportamento ou perceções.
Isso pode envolver ‘workshops’ de gestão de tempo ou aulas de consciência – ideias dirigidas ao indivíduo com o objetivo de lhe permitir estar melhor no trabalho. Mas este tipo de intervenções coloca o fardo da responsabilidade final sobre o trabalhador.
E, ao fazê-lo, as organizações sentem-se menos obrigadas a alterar o ambiente stressante, aumentando os recursos, revendo as descrições de funções ou melhorando a formação dos gestores.
Com base em informações fornecidas por funcionários sobre as suas experiências em reduzir os níveis de stress no local de trabalho, o artigo do Conversation reúne três coisas que a empresa onde trabalha poderia fazer por si para reduzir o stress.
1. Identificar os pontos de stress
É impossível combater as causas do stress se a empresa não souber quais são. Torna-se importante iniciar e manter o diálogo entre vários grupos, incluindo funcionários, sindicatos, recursos humanos e quadros superiores.
Isso pode ser feito através de inquéritos ou revisões individuais e uma observação contínua do bem-estar do pessoal.
2. Fazer uma boa gestão
A investigação sugere que o papel dos gestores é uma parte fundamental do bem-estar dos funcionários. Os gestores tendem a ser os encarregados de estabelecer prazos, comunicar as expetativas e lidar com os sucessos e fracassos.
Devido ao seu papel crucial, é vital que qualquer colaborador com responsabilidades de gestão receba formação adequada. Essa formação passa por gestão de prazos e mecanismos de ajuda que a organização dispõe ajudá-los a identificar o stress nas suas equipas.
A formação em gestão pode – e deve – parecer diferente em cada organização e departamento, devido às suas qualidades e desafios únicos. Uma qualidade de gestão importante que foi subestimada (mas considerada por muitos como tendo um valor inestimável) é a compaixão.
Ter um gestor compassivo e bem informado faz toda a diferença no dia-a-dia. A gestão compassiva pode ser tão simples como perguntar como o colaborador está, ouvi-lo devidamente, e talvez um pequeno gesto como tomar um café juntos. Parece simples, mas a compaixão para com os funcionários e colegas tende a depender do comportamento individual.
3. Nomear um responsável
Quando questionados pela publicação sobre o responsável pela gestão do stress, muitas funcionários deram respostas contraditórias. Alguns disseram que era o departamento de Recursos Humanos, outros disseram que eram os profissionais de saúde ocupacional.
A falta de clareza é um motivo óbvio de preocupação. Se ninguém sabe quem está encarregado de um aspeto particular do bem-estar dos colaboradores, é pouco provável que o tema seja devidamente abordado.
Tem de haver clareza – e responsabilidade – em torno do encarregado para gestão do stress, de forma a que as iniciativas possam ser colocadas em prática e para que as pessoas saibam a quem recorrer quando precisam de ajuda.
ZAP // The Conversation