CSI Miaumi. O seu gato pode ajudar a resolver cenas de crimes

O pelo de gato pode guardar ADN humano suficiente para identificar um eventual criminoso numa cena de crime, sugere um novo estudo.

Os gatos são e, cronicamente, serão sempre criaturas misteriosas. Por muito bem que os conheçamos, parece que conseguem sempre surpreender-nos. Por vezes, os felinos parecem viver uma vida secreta paralela. Uma espécie de Clark Kent/Super-Homem do mundo animal.

Ora, em pelo menos uma das suas sete vidas, os gatos podem ajudar a resolver cenas de crimes. Um novo estudo sugere que os gatos podem ser surpreendentes fontes de provas quando um crime é cometido.

Embora a Inteligência Artificial já possa falar com alguns animais, por enquanto, os gatos ainda não podem ser interrogados. No entanto, o seu pelo pode reter ADN de uma pessoa — um eventual criminoso — com quem se encontrou fugazmente.

O novo estudo é o primeiro a examinar como é que os animais domésticos podem contribuir para a transferência de ADN. Parece algo saído da série CSI, mas quem sabe se no futuro o seu gato não pode ajudar a resolver um crime.

“A recolha de ADN humano precisa de se tornar muito importante nas investigações da cena de crime, mas há uma falta de dados sobre animais de companhia, como gatos e cães, na sua relação com a transferência de ADN humano”, diz a cientista forense Heidi Monkman, da Flinders University, citada pelo ScienceAlert.

“Esses animais de companhia podem ser altamente relevantes na avaliação da presença e atividades dos habitantes da casa ou de qualquer visitante recente à cena”, acrescenta.

Os autores do estudo tentaram ver se conseguiam extrair vestígios de ADN humano legível de 20 gatos de estimação de 15 famílias. Os investigadores esfregaram o pelo de cada gato duas vezes e recolheram amostras de ADN dos donos. Os participantes responderam ainda perguntas relativas aos hábitos do gato, nomeadamente a regularidade com que o gato era tocado e por quem.

Níveis detectáveis de ADN foram encontrados em 80% das amostras de gato. A equipa de cientistas conseguiu gerar perfis de ADN de 70% dos humanos cujo material genético estava no pelo dos gatos.

A maior parte do ADN era de pessoas da própria casa, mas em seis gatos, apenas ADN humano desconhecido foi detetado. Nenhuma das casas tinha recebido visitas pelo menos dois dias antes das análises.

“O modo de transferência desse ADN para o gato e a sua persistência neles são desconhecidos”, escrevem os autores do estudo publicado na Forensic Science International: Genetics Supplement Series.

Daniel Costa, ZAP //

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