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“Mãe, há uma foto minha nua por aí” – e já tinham avisado

O perigo da publicação de imagens na internet. Já não é só ficção: está a acontecer em Espanha, com menores.

Há pouco tempo, já neste Verão, partilhámos aqui uma experiência que envolveu os pais de Ella, uma criança de 9 anos.

O jovem casal publica (ou publicava) imagens da filha nas redes sociais.

O jovem casal tem (ou tinha) seguidores online com quem nunca esteve pessoalmente sequer.

O jovem casal fazia o que a maioria dos pais faz: publicar tudo, à vontade, sem pensar nos perigos.

Os pais de Ella foram surpreendidos, numa ida ao cinema. No ecrã apareceu uma versão digital da filha, já adulta, que foi criada com apenas uma imagem da criança – e com Inteligência Artificial.

Na mensagem, a “futura Ella” avisa que a sua imagem pode ser aproveitada para documentos falsos, para bullying, para colocá-la na prisão, ou a sua voz pode ser alterada para cometer crimes sobre os próprios pais.

E a sua imagem pode ser utilizada para pornografia infantil online.

Em Espanha

Recuperamos esse artigo agora porque, em Espanha, há relatos de que isso está mesmo a acontecer.

Na Extremadura, sobretudo em Almendralejo (Badajoz), mais de 20 menores contaram que há um esquema de partilha de imagens, por telemóvel, de crianças e jovens supostamente despidas.

As imagens são falsas, avisam: foram criadas pela inteligência artificial.

“Mãe, dizem que há uma foto minha nua por aí. Que fizeram isso através de uma aplicação de inteligência artificial. Tenho medo“, confessou uma menor 14 anos, citado no jornal El País El País.

Algumas adolescentes souberam que havia fotos suas, aparentemente nuas, durante conversas na escola com colegas de turma, logo no primeiro dia de aulas.

O esquema dos criminosos é utilizar um perfil falso, de um suposto rapaz, que pede dinheiro às menores; caso recusem, segue-se a ameaça de publicar a imagem alterada, supostamente com o seu corpo visível. E essa imagem é enviada à menor.

As mães já estão em grupos de WhatsApp para perceber a dimensão do caso e já apresentaram queixa na polícia, que está investigar o caso.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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