Força Aérea deve assumir gestão de meios aéreos já no próximo ano

José Coelho / Lusa

Helicóptero Kamov Ka-32A-11BC da frota da Protecção Civil no combate a um incêndio

O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, afirma que a Força Aérea deverá assumir, já no próximo ano, a gestão de meios de combate aos incêndios assim como os meios privados.

“Penso que sim, mas a questão não é propriamente a de assumir a gestão dos meios, mas a de assumir a gestão de novos meios, que é aquilo que está a ser programado”, afirmou o governante esta manhã à Renascença.

“Independentemente de tudo, os meios que existem vão continuar a ser utilizados e com uma gestão que esperamos que seja melhorada pela capacidade de gestão centralizada que resulta desta gestão”, explicou.

Na mesma entrevista, Azeredo Lopes também afirmou que tanto os meios civis como os privados deverão ficar a cargo da Força Aérea. “Isto significa, não só a gestão dos contratos como também a gestão da alocação de meios àquilo que for determinado pela estrutura de comando da Proteção Civil”.

No entanto, o ministro destaca que ainda é “um bocado cedo para ter conclusões tão categóricas”, até porque foi pedido à Força Aérea “um estudo sobre o que considera como um modelo concreto de comando e gestão, que vai propor para decisão política“.

O ministro acrescenta que o novo modelo de transição está a ser discutido e espera que na próxima semana já se possa passar à “elaboração de um despacho comum entre a Administração Interna e a Defesa, em que atribuímos a um grupo de pessoas por nós designadas a tarefa de, o mais depressa possível, desenhar o modelo de transição”.

Força Aérea obrigada a comprar mais helicópteros

Segundo o Diário de Notícias, a Força Aérea vai ter de comprar mais do que os cinco novos helicópteros ligeiros agora a concurso para cumprir a missão de combater os fogos. Essa será uma das questões que o Governo está a equacionar, assim como se os aparelhos do INEM devem ser integrados nesta nova gestão.

O DN escreve que o concurso foi lançado em maio passado, com um custo de 20,5 milhões de euros e os candidatos foram a Leonardo (antiga Agusta Westland, fabricante dos helicópteros EH-101) e a Airbus Defense and Space (construtora das aeronaves C-295), que já recorreu ao ministro da Defesa do processo conduzido pela Força Aérea.

Este recurso é interpretado por várias fontes como uma forma de “dar um sinal de vida em Portugal”, escreve o jornal, uma vez que o construtor tem ainda um caso para resolver: 300 milhões de euros de contrapartidas por realizar e cujo contrato termina dentro de um ano, tendo de ser então executadas as garantias bancárias na posse do Estado.

Segundo o jornal, o número de helicópteros que serão precisos não é certo, até porque há ainda várias dúvidas que precisam de ser esclarecidas, como é o caso do futuro dos helicópteros Kamov e do atual contrato de aluguer de 25 meios aéreos com a Everjets, que termina no próximo ano.

O diário recorda que os novos helicópteros da Força Aérea vão substituir os velhos Alouette III, do tempo da guerra colonial, cujo limite de vida útil máximo está definido para o final de 2018. Uma das fontes admite ao jornal que, tendo em conta as sugestões do relatório da Comissão Técnica Independente e que o Governo adotou, esses futuros aparelhos deverão chegar no segundo semestre de 2019.

ZAP //

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