Fim dos apoios às empresas acelera vaga de despedimentos

Manuel Fernando Araújo / Lusa

A pressão para pagar subsídios de férias e o fim da proibição de reduzir pessoal nos setores que tiveram ajudas vai potenciar uma vaga de despedimentos.

O Jornal de Notícias ouviu advogados e associações sindicais que estão preocupados com uma vaga de despedimentos após o final dos apoios do Estado e dos períodos de carência que impedem as empresas de despedir trabalhadores.

Com o fim de apoios, como o lay-off, e com a aproximação do verão, uma altura em que as despesas salariais aumentam, teme-se uma vaga de despedimentos até julho.

Esta situação pode agravar-se até ao final do ano, altura em que termina a proibição de dispensas de trabalhadores por parte de empresas que tiveram apoios do Estado.

Levi França Machado, advogado da CCR Legal, disse ao DN, sem citar nomes, que já nota “vários clientes que, se não houvesse este impedimento, estariam a despedir“. “E não notei tanto essa necessidade em 2020”, sublinhou.

O diário salienta que os setores que podem vir a ser mais afetados são os tradicionais, como o têxtil, calçado ou metalurgia. Acrescem os setores ligados ao turismo, como a restauração, a aviação ou o alojamento.

Segundo os dados do JN, houve 725 despedimentos coletivos em Portugal desde março do ano passado, um aumento superior a 100% em relação ao mesmo período do ano anterior. Este ano, em janeiro e fevereiro, foram iniciados 88 processos de despedimento coletivo que abrangem 907 trabalhadores.

Liliana Malainho, ZAP //

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