Golas antifumo. “Sou filho de um antigo vereador do PS”, gabou-se vendedor ao MAI

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(dr) Beira Alta TV

Nem o funcionário nem as secretárias do Ministério da Administração Interna sabem explicar a alusão à ligação ao PS. A empresa não foi acusada de nenhum crime no caso.

Segundo avança o Público, o funcionário de uma das empresas envolvidas no caso das golas antifumo fez questão de lembrar o Ministério da Administração Interna que era filho de um ex-vereador socialista no Porto.

Num email enviado em Maio de 2018 à secretária do Ministro, que na altura era Eduardo Cabrita, o vendedor da Safety Águeda escreveu: “Exma. sra. dra, no seguimento da conversa envio o combinado. Como lhe disse sou filho de antigo vereador do Partido Socialista da Câmara Municipal do Porto, membro da Federação do Porto e da Comissão Nacional. Na segunda-feira devo ter a proposta pronta e envio à Autoridade Nacional de Protecção Civil e depois envio para vocês. Agradeço desde já a vossa atenção”.

Em causa estava uma encomenda de fornecimento ao Estado de placas de sinalética que indicariam os caminhos de fuga às populações em caso de incêndio no valor de 330 mil euros.

Na troca de mensagens internas pelos funcionários do MAI, há alguém que se refere mesmo a Vaz de Almeida como o “Sr. filho de antigo vereador do Partido Socialista da Câmara Municipal do Porto, membro da Federação do Porto e da Comissão Nacional”.

Nem João Vaz de Almeida, o vendedor em questão, nem os funcionários do MAI conseguiram explicar às autoridades o motivo das várias referências às ligações do seu pai ao PS.

O vendedor revela ao Público que não se recorda bem dos factos, mas garante que tudo ficou sanado. Os sócios da Safety Águeda, empresa que acabou mesmo por conseguir fechar o negócio com o Estado, dizem que não instruíram o funcionário a fazer alusão à ligação do seu pai ao PS e que nem sequer lhe disseram para contactar o Ministério da Administração Interna.

Depois de ter inquirido muitas testemunhas sobre o assunto, o Ministério Público não acusou a Safety Águeda de nenhum crime. “Não existem indícios suficientes que permitam considerar que atuação de João Almeida tenha tido qualquer influência”, escrevem os procuradores.

ZAP //

4 Comments

  1. O Estado está mesmo capturado por inúmeros interesses….Este é o país onde não existe corrupção na sua forma mais tradicional. Mas há bastos exemplos de tráfico de influências. Que é o mesmo mas de uma forma muito mais insidiosa.

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