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“Tenho um filho de 4 anos. Parece que tenho um adolescente”

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Disputa interna entre a necessidade de conexão e o desejo de querer começar a fazer as coisas à sua maneira. É normal… até um limite.

“Os três primeiros meses de um bebé são os piores para os pais”.

“Não, os três primeiros anos é que são um tormento!”.

“Ui, a adolescência é que é a fase pior!”.

Se continuássemos esta sequência, ainda chegaríamos à conclusão de que a fase mais complicada de ter um filho é… a vida toda.

Abigale Berwager Schreier parece que encontrou a fase mais complicada com a sua criança.

E não é nenhuma das que estão ali em cima: o seu filho tem 4 anos.

No Insider, a escritora e editora conta que a fase dos 2 anos foi agradável, foi uma “brisa”. Aos 3, o filho parecia um threenager – trocadilho com adolescente (teenager).

Mas, agora aos 4 anos, é que tem mesmo a sensação de que está a viver com um adolescente, porque parece que a criança se comporta como alguém que tem 16 anos.

“Ele age como um adolescente angustiado. Muitas vezes sinto-me abusada verbalmente, manipulada e que não fixe o suficiente para ele”, relata Abigale.

Esta partilha terá sido feita por algo que aconteceu minutos antes da escrita deste texto: o filho disse-lhe que a odiava e chamou a mãe de “malvada” e “vilã”. E acrescentou ela deveria ir para a prisão.

Porquê? Porque a mãe não deixou o filho ver um vídeo no YouTube.

Irritado, o pequeno foi para o seu quarto e bateu com força a porta do quarto, fechando-se lá dentro: “Se isto já está a acontecer aos 4 anos, nem quero saber o que vem aí nos próximos 14 anos”.

É normal?

Alanna Gallo, especialista em educação e parentalidade, diz que sim. Estes momentos de raiva são normais porque a criança está numa disputa interna, a tentar regular as suas emoções.

A psiquiatra Sid Khurana considera que ser egocêntrico é habitual numa criança de 4 anos: não consegue aceitar a perspectiva da outra pessoa, lutam com a lógica e têm um desejo forte de começar a fazer as coisas à sua maneira – aí fica a sensação de desafio e de maus ouvintes, que não ouvem o que os outros dizem.

A comunicação também está em construção. Quando não conseguem mostrar o que querem e como querem, podem surgir colapsos emocionais e momentos de raiva.

Além disso, nesta “idade dos porquês”, é habitual uma criança de 4 anos questionar até o motivo daquele aviso, daquela sugestão, daquele “castigo” – que ela entende como castigo.

Quando deixa de ser normal?

Quando começa a ser rotina. Ou seja, se estes momentos de raiva, de descontrolo, duram muitos minutos seguidos (mais do que 15 é preocupante) e se passam a fazer parte do dia-a-dia.

Ou então quando estas cenas se tornam realmente violentas; fazem estragos em casa e causam – ou estão perto de causar – feridas nela própria ou noutras pessoas.

Outros sinais de alerta são problemas frequentes nas aulas, no recreio da escola ou atraso no desenvolvimento da fala.

Aí é melhor consultar um psicólogo, uma pediatra.

“Mas não se preocupem”, finaliza Abigale: “O meu filho de 4 anos não me odeia mesmo e ele vai deixar de me chamar ‘malvada’. Um dia destes”.

ZAP //

1 Comment

  1. Porquê? Aos 3 meses já tinha um telemóvel para não fazer barulho.
    Tretas de paizinhos que querem ter filhos mas não lhes querem dar educação e prestar atenção

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