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Feirense vs Porto | Dragão suficiente passa na Feira

José Coelho / Lusa

O FC Porto somou mais três importantes portos na Liga NOS, ao vencer por 2-1 na deslocação a Santa Maria da Feira.

Contudo, os “dragões” não tiveram propriamente uma noite descansada. O Feirense marcou primeiro, quando iam decorridos apenas 3 minutos de jogo, obrigando o campeão nacional a dar a volta ao marcador.

Apesar de o FC Porto ter controlado o jogo e impedido os homens da casa de atacar em quase toda a segunda parte, nos derradeiros minutos os “fogaceiros” estiveram perto de empatar a partida.

Com este desfecho, o Feirense fixou o novo máximo de jogos consecutivos sem vencer no campeonato português — nada menos que 23.

O Jogo explicado em Números

  • Boa entrada no jogo por parte do Feirense, que surpreendeu pelo atrevimento inicial. Algo que lhe permitiu chegar cedo à vantagem. Aos quatro minutos, Edson cruzou rasteiro da direita, João Silva entrou de rompante, mais rápido que a defesa portista, e no movimento de realizar o corte, Felipe acabou por fazer autogolo.
  • Muitas dificuldades iniciais para o “dragão”, em desvantagem e com domínio territorial pouco acentuado (53%) ao primeiro quarto-de-hora, para além de apenas um remate (enquadrado), contra dois (um com boa direcção) dos “fogaceiros”. Nesta fase, o Feirense ganhava em cruzamentos de bola corrida (4-1) e cantos a favor (2-1).
  • Mas a reacção portista deu frutos. Aos 18 minutos, Jesús Corona apontou um canto da esquerda e Danilo Pereira, ao primeiro poste, cabeceou forte para o 1-1. O Porto chegava ao empate ao terceiro remate, segundo enquadrado, tendo conseguido todos os seus disparos na grande área contrária.
  • Após cinco minutos de interrupção devido a uma falha na iluminação no Estádio Marcolino Castro, o jogo regressou com o Porto à procura de chegar à vantagem. Por volta dos 30 minutos, o domínio portista era mais evidente, com 63% de posse de bola e já sete remates, mas ainda com dificuldades para criar perigo.
  • Nesta fase, Corona era o destaque principal. Tal como acontecera frente à Roma, o mexicano iniciou o jogo do lado esquerdo do meio-campo, registando um rating de 6.7, graças a uma assistência em três passes para finalização e dois dribles eficazes.
  • Até que a pressão portista acabaria por dar a volta ao marcador. Num lance confuso na grande área anfitriã, aos 35 minutos, a bola sobrou para Pepe e este, através de um remate rasteiro, bateu Caio Secco.
  • O Porto não se deixou afectar pelo susto (golo) no arranque da partida e conseguiu, com tranquilidade, dar a volta a um jogo que dominou claramente, como demonstram os 68% de posse de bola que registava ao descanso.
  • Com 11 remates, quatro deles enquadrados, os “dragões” foram sempre mais perigosos, marcaram por duas vezes e poderiam ter somado mais um tento, mas Caio Secco foi-se opondo com algumas boas intervenções.
  • Corona era o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 6.9, registando uma assistência em três passes para finalização, um remate, dois dribles completos e quatro intercepções.
  • Os primeiros 15 minutos da segunda parte apresentaram pouco futebol em Santa Maria da Feira. Jogo aos repelões, com as suas equipas a falharem muitos passes (58% de eficácia do Feirense, 74% do Porto) e sem conseguirem rematar – apenas um disparo, para os “dragões”, e sem a melhor direcção.
  • Bons números de Pepe. Por volta dos 70 minutos, o defesa luso registava um rating de 6.6, com um golo, 94% de eficácia de passe e acertara dez de 12 passes longos.
  • Defensivamente as suas estatísticas reflectiam a pouca acutilância do Feirense no jogo ofensivo, pelo que o central pouco trabalho estava a ter – nesta altura os da casa somavam somente uma acção com bola na área portista no segundo tempo, por João Silva.
  • Os dez minutos finais chegaram com o Porto a controlar o jogo, com 65% de posse de bola, mas poucas ideias na frente de ataque, pelo que somava apenas quatro remates, nenhum enquadrado. Mas ainda assim, muito melhor que o Feirense, sem um único disparo nesta segunda parte, apenas 37% de duelos individuais ganhos e eficácia de passe muito baixa.
  • Nada apontava para que o Feirense conseguisse sequer criar perigo, mas ainda assustou, primeiro aos 90 minutos, com Pepe a cortar no último momento um lance em que Rafael Crivellaro se esgueirava e preparava para marcar, perante Iker Casillas. E depois nos descontos, através de um remate (o primeiro da equipa no segundo tempo) de Antonio Briseño que saiu rente ao poste direito portista.

O Homem do Jogo

Mais uma vez Sérgio Conceição colocou Jesús Corona do lado esquerdo do meio-campo, e mais uma vez o mexicano correspondeu.  O extremo foi o melhor em campo em Santa Maria da Feira, com um GoalPoint Rating de 7.3, graças a um punhado de números muito positivos.

No final registou uma assistência em quatro passes para finalização, completou três de seis tentativas de drible e ainda contribuiu para a consistência defensiva da equipa, com sete recuperações de posse e cinco intercepções.

Jogadores em foco

  • Pepe 6.9 – Bom jogo do central, quase sempre nos momentos defensivos, mas também a evitar o empate do Feirense nos últimos instantes, com um corte providencial a negar o tento a Crivellaro. No total, Pepe somou um golo, completou 75 de 80 passes, 14 de 16 longos, e foi o mais interventivo no jogo, com 95 acções com bola.
  • Danilo Pereira 6.3 – O “trinco” deu início à reviravolta portista, com o golo de empate, marcado de cabeça. Para além disso, esteve certinho, mas pouco interveniente no jogo, com 54 acções com bola, cinco recuperações de posse e somente duas acções defensivas.
  • Alex Telles 6.2 – Num jogo em que quase só deu Porto, é algo estranho o facto de o brasileiro ter brilhado pouco nas acções ofensivas e mais nas defensivas. Mas assim foi, terminando apenas com dois passes para finalização, mas com cinco duelos aéreos defensivos ganhos em sete e 11 acções defensivas.
  • Edson Farias 6.1 – O melhor do Feirense. O lateral-direito fez o cruzamento que acabou no fundo da baliza portista, no autogolo de Felipe, e ainda completou as duas tentativas de drible, recuperou nove vezes a posse de bola e somou nove acções defensivas.
  • Yacine Brahimi 6.1 – O argelino começou a partida no banco e só jogou os últimos 23 minutos. Contudo, foi o suficiente para abanar um pouco com o jogo, terminando com um passe para finalização e três dribles completos em cinco tentativas.

Resumo

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