A vida extraterrestre pode ser mais prevalente em planetas que orbitam estrelas com menos “metais”, o termo para elementos mais pesados que o hidrogénio e o hélio.
Esta é um conclusão de um novo estudo que desafia a anterior ideia que havia maior probabilidade de encontrar vida alienígena em mundos hospedados por estrelas ricas em metais. O nosso Sol é um dos exemplos desse tipo de estrelas.
Uma equipa de investigadores analisou a relação entre a metalicidade das estrelas e a probabilidade de os seus planetas serem habitáveis.
A equipa liderada pela astrofísica Anna Shapiro foi a primeira a modelar o efeito da metalicidade estelar na composição das atmosferas planetárias, nomeadamente a produção de ozono, que bloqueia a radiação UV prejudicial, explica a VICE.
Os resultados mostraram que estrelas pobres em metais emitem mais radiação UV do que as outras. Enquanto isso, os planetas que as orbitam podem ter camadas de ozono mais robustas que impedem que essa radiação nociva chegue à sua superfície.
Isto implica que “os planetas hospedados por estrelas com baixa metalicidade são os melhores alvos para procurar vida complexa em terra”, escrevem os autores do estudo publicado esta terça-feira na revista Nature Communications.
Ainda assim, os investigadores realçam que a metalicidade estelar e a radiação ultravioleta da superfície são apenas duas peças de um puzzle muito maior e complexo.
“Eu não diria que devemos limitar a nossa procura por habitabilidade a quaisquer estrelas específicas”, sublinhou o coautor Alexander Shapiro, em entrevista à VICE. “Devemos realmente manter os nossos olhos abertos para surpresas”.
“O paradoxo é que o aumento da radiação ultravioleta fora da atmosfera leva à diminuição da radiação ultravioleta no solo”, acrescentou Alexander Shapiro. Esta é uma descoberta importante porque a luz ultravioleta pode ser bastante prejudicial para os seres vivos.
O que os autores descobriram foi que enquanto estrelas pobres em metais emitem mais luz UV em geral, produzem uma proporção maior de luz UV-C para luz UV-B, resultando em camadas de ozono mais robustas.
A luz UV-C é absorvida pelas atmosferas superiores dos planetas, reforçando até a produção de ozono. Por sua vez, a luz UV-B, destrói o ozono.
Sim sim, vida extraterrestre deve ser simpática, benevolente e amigável. Vamos a procura deles e dizer onde estamos para trocarmos prendas