O Ministério da Defesa de França vai criar uma “equipa vermelha” de escritores de ficção científica que vão ter como missão imaginar possíveis ameaças futuras, para ajudar as Forças Armadas do país a prepararem-se para cenários que escapam à estratégia militar.
Esta proposta consta do “Documento de Orientação da Inovação da Defesa” que foi divulgado pela Agência de Inovação da Defesa (AID) e que visa “preparar os programas e sistemas militares de amanhã”, como se destaca no site da entidade.
Esta “Red Team” [equipa vermelha em Português], como é designada no documento, será composta por apenas 4 ou 5 elementos e a sua missão será pensar de forma mais criativa do que a tradicional abordagem militar.
O objectivo é que proponham “cenários de disrupção” que não estejam no horizonte dos estrategas militares, nomeadamente quanto a tecnologias avançadas que possam vir a ser usadas por organizações terroristas ou Estados estrangeiros.
O trabalho passa por “construir hipóteses estratégicas válidas” e será altamente confidencial, “dada a sua sensibilidade” e para evitar que os dados cheguem às mãos de “potenciais adversários”.
Este é mais um exemplo de como o Governo francês tem vindo a apostar na modernização da Defesa.
No Dia da Bastilha, no passado fim-de-semana, o campeão mundial de jet ski francês Franky Zapata pilotou um flyboard a jacto sobre a multidão, levando uma espingarda na mão. O “Flyboard Air“, uma invenção de Zapata, é visto pelo exército francês como uma potencial arma para ser usada em operações especiais em zonas urbanas.
Na parada durante as celebrações do Dia da Bastilha também foi exibida uma arma anti-drones futurística, o Nerod F5, que actua bloqueando os sinais do piloto do aparelho.
O exército francês pretende igualmente vir a utilizar robôs no apoio aos militares, nomeadamente aos que estão colocados no Mali. Neste momento, há experiências a decorrer para preparar essa possibilidade no terreno.