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Estudo feito em cobaias mostra que o fígado muda de tamanho

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theglobalpanorama / Flickr

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De acordo com um novo estudo feito em cobaias, cientistas descobriram que o fígado cresce quase 50% quando estes animais estão acordados. Quando voltam a adormecer, o órgão volta ao seu tamanho original.

O fígado é um órgão muito complexo que desempenha várias funções, incluindo a desintoxicação do sangue, a regulação do metabolismo e consegue até regenerar-se se dois terços da sua composição forem removidos.

Agora, um novo estudo da Universidade de Genebra, na Suíça, mostra que este órgão pode ser ainda mais versátil do que pensávamos: altera o seu tamanho todos os dias.

Estudos anteriores com ultrassom sugeriram que esta variação também ocorre em seres humanos, mas esta foi a primeira vez que os cientistas conseguiram identificar o mecanismo celular que impulsiona este processo e ligá-lo aos ritmos circadianos.

A investigação foi conduzida em cobaias, que têm um ritmo diário muito semelhante ao nosso, com a exceção de que são noturnos, ou seja, têm algum tipo de atividade quando está escuro e dormem durante as horas de sol.

A equipa mostrou que, durante a noite, enquanto os ratos estão ativos e alimentados, o fígado atingiu a sua máxima eficiência e aumentou quase 50% de tamanho. Depois, quando os animais voltavam a dormir, encolheu para as suas dimensões iniciais.

“Nos roedores que têm um ritmo circadiano comum, observamos que o fígado aumenta gradualmente durante a fase ativa para atingir um pico de mais de 40% no fim da noite, e que volta ao seu tamanho inicial durante o dia”, disse o investigador Flore Sinturel.

De acordo com o estudo, publicado na revista científica Cell, isto acontece não só por causa da expansão das células do fígado mas também devido ao aumento do teor de proteína nessas mesmas células.

Fígado e sono

O número de ribossomos em cada célula – as estruturas nas quais são produzidas as proteínas das células – também variou de acordo com o ritmo circadiano das cobaias.

Os investigadores detetaram que quando os animais estavam expostos a um ritmo biológico inverso, isto é, forçados a ficar acordados durante o dia, este padrão não aconteceu, mesmo se estivessem a comer a mesma quantidade de alimento.

Considerando que muitas pessoas se desleixam relativamente à alimentação e às horas de sono, o estudo sugere que esse estilo de vida pode ter impacto no desempenho do fígado.

De acordo com os cientistas, o fígado será o único órgão que oscila desta maneira.

Agora, só falta perceber se o mesmo que acontece com os cobaias também se verifica em seres humanos e se é controlado pelo mesmo mecanismo biológico.

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