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Estudar as lágrimas ajuda a detetar Alzheimer mais cedo

Kris Krug / Flickr

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O Centro de Investigação de Enfermidades Neurológicas, de Espanha, vai estudar lágrimas de 90 doentes pacientes de Alzheimer de Leão e da Associação de Familiares de Doentes de Soria (AFA Soria) para “diagnosticar mais cedo e melhor” a doença.

O diretor do projeto de investigação, Alberto Rábano, explicou em conferência de imprensa que o estudo visa encontrar a proteína TAU, que é “muito abundante” no sistema nervoso, está relacionada com o “envelhecimento cerebral” e serve como um “biomarcador” da doença, noticiou a agência Efe.

Desta forma, podiam se evitados métodos mais agressivos para a análise de deteção desta proteína, como a punção lombar para retirar líquido cefalorraquidiano, que apresenta “riscos” embora seja um método comum nas investigações realizadas em países do norte da Europa.

O investigador explicou que a investigação parte da hipótese de que nas lágrimas se pode estudar essa proteína, comparando-a em pessoas em estados menos avançados de patologias demenciais com outras em estados intermédios ou em situação extrema da doença.

Por isso é que foi escolhida Leão para captar voluntários, mediante uma consulta prévia, por uma questão de organização, já que se trata de uma região onde existem “pacientes com diferentes graus de afeção cognitiva”, explicou.

Com este estudo, podemos começar a perceber “que grupos populacionais estão em risco”, disse o diretor da investigação, sublinhando que o objetivo não é estabelecer medidas preventivas, mas sim abrir um novo caminho de pesquisa para que, no futuro, obtenham “novas possibilidades de tratamento”.

Os resultados do estudo seriam adicionados a outras formas de encontrar os primeiros sintomas que podem resultar no aparecimento de Alzheimer, como a análise genética, a fim de saber que tipo de população apresenta mais riscos.

Até agora, sabe-se que as pessoas com mais de 65 anos têm mais probabilidades de apresentar a doença – com predominância na população feminina -, a qual os investigadores vão “percebendo pouco a pouco” e cujos estudos apontam para a existência de grupos populacionais com riscos acrescidos.

O Centro de Investigação de Enfermidades Neurológicas (CIEN) é uma fundação do setor público relacionada com a Fundação Rainha Sofia e supervisionada e coordenada pelo Instituto Carlos III, que conta com vários projetos sobre a doença de Alzheimer.

Para a responsável do núcleo de Alzheimer de Leão, Milagros García, há que apostar na investigação e formação sobre a doença, porque para tratar os pacientes “há que saber entendê-los”.

/Lusa

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