Mais de 2.700 recém-licenciados de Medicina realizaram, esta segunda-feira, a Prova Nacional de Acesso (PNA), que substitui o “terrível” Harrison.
Esta segunda-feira, mais de 2.700 candidatos responderam pela primeira vez a 150 questões da Prova Nacional de Acesso (PNA), uma prova com duração de quatro horas que pôs um ponto final no exame Harrison, escreve a TSF.
Em declarações à rádio, Carolina Caminata, vice-presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM), explica que a PNA vai assentar na avaliação dos conhecimentos clínicos e da capacidade de os aplicar na prática.
“Um doente com uma mutação ‘x’ no gene ‘x’, qual seria a prevalência desta mutação naquele sítio? Isto seria uma pergunta do Harrison e teria alíneas de escolha múltipla com percentagens. Esta pergunta numa PNA estaria orientada para todo um caso clínico com um doente identificado e não nos seria perguntado algo como percentagens ou números de simples memorização, mas, sim, algo que revela alguma integração de conhecimentos“, exemplifica.
A mesma rádio escreve ainda que a prova passa a ter vários livros na bibliografia, em vez da única obra que acabou por dar nome ao exame anterior: Harrison’s Principles of Internal Medicine.
De acordo com a vice-presidente da ANEM, depois de 40 anos a ‘aterrorizar’ os estudantes de Medicina, o fim do Harrison foi bem recebido pelos alunos, embora tenha havido mudanças negativas.
Por exemplo, para realizar o PNA é preciso pagar 90 euros, quando antes era gratuito. Além disso, também houve uma diminuição do número de locais onde se pode fazer o exame: três locais em Portugal continental e dois locais nas regiões autónomas.
O exame sucessor do Harrison serve para seriar os alunos que, depois, escolhem a sua área de especialização no internato médico, por ordem da melhor à pior classificação até haver vagas disponíveis.