“Geologicamente impossível”. A estranha história do buraco supostamente sem fundo

Segundo a lenda de Mel’s Hole, o buraco não só não tem fundo, como teria ainda capacidades sobrenaturais — como fazer um rádio tocar ou ressuscitar um cão.

No dia 21 de fevereiro de 1997, um homem chamado Mel Waters apareceu no programa de rádio “Coast to Coast with Art Bell”, alegando ter descoberto um buraco aparentemente sem fundo na sua propriedade perto de Ellensburg, Washington.

Waters descreveu como a população usava o buraco para se livrar de lixo, que nunca parecia encher. A sua tentativa de medir a profundidade com uma enorme quantidade de linha de pesca teria chegado a mais de 24.000 metros sem encontrar o fundo, escreve o IFLScience.

As alegações de Waters estendiam-se além da profundidade extraordinária e incluíam relatos de comportamentos peculiares de animais perto do buraco, que ficou conhecido como “Mel’s Hole“.

“Como sempre, eu trouxe os cães comigo. Eles não chegavam nem perto daquela maldita coisa, e se eu tentar trazê-los para lá com uma trela, eles simplesmente cavam os pés e não querem chegar perto do buraco”, afirmou.

Além disso, há relatos bizarros sobre as propriedades misteriosas do buraco, como ressuscitar um cão morto e alterar as propriedades de rádios e metais próximos.

A história despertou grande interesse e tornou-se uma lenda urbana, com outros a afirmarem ter visto o buraco, mas nunca revelando a sua localização exata.

Mais tarde, Waters afirmou que o Governo o obrigou a arrendar a terra, permitindo-lhe mudar-se para a Austrália. No entanto, investigações revelaram não haver registos de Waters ou da sua esposa na área, e nenhuma evidência da existência do buraco foi apresentada.

O conto, provavelmente uma farsa ou lenda urbana, foi considerado impossível por especialistas. “Geologicamente e fisicamente, não é possível que um buraco seja tão profundo. Ele entraria em colapso sob a tremenda pressão e calor dos estratos circundantes”, considera Jack Powell, geólogo do Departamento de Recursos Naturais do Estado de Washington.

O geólogo norte-americano acredita que a lenda pode ter origem numa mina de ouro local, com um poço com cerca de de 27 metros de profundidade — que, embora profundo, está longe de ser sem fundo.

ZAP //

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