As polémicas com o SIS não são de agora e há até casos em que um espião vendeu segredos portugueses e da NATO à Rússia.
Nos últimos dias, o SIS (Serviço de Informações de Segurança) tem estado nas notícias devido à polémica com o ex-adjunto de João Galamba, que o Ministro das Infraestruturas acusa de ter roubado um computador do Governo e de ter agredido duas funcionárias do Ministério.
No entanto, recuperar computadores roubados não é a principal função do SIS. Juntamente com o SIED (Serviço de Informações Estratégicas de Defesa), os serviços de espionagem portugueses já espiaram jornalistas, um antigo primeiro-ministro e até houve segredos vendidos à Rússia.
Segundo o JN, Jorge Silva Carvalho, conhecido como o “super-espião”, entrou para o SIS em 1991 e tornou-se diretor do SIED em 2008, cargo onde esteve até 2010. Em 2016, o “super-espião” foi julgado por violação do segredo de Estado, e soube-se em tribunal que mandou espiar a faturação telefónica de um jornalista do Público que escrevia notícias sobre o SIED que Silva Carvalho entendia que prejudicavam a imagem do serviço.
O “super-espião” também terá devassado a vida privada de Francisco Pinto Balsemão, dado que foi encontrado um relatório no seu computador sobre a vida privada e profissional do antigo primeiro-ministro. Acabou por ser condenado a quatro anos e seis meses de prisão com pena suspensa.
Outro nome polémico do SIS é Frederico Carvalhão Gil, que terá sido o único espião português detido por vender segredos à Rússia, em 2015. Cavalhão Gil foi detido em Roma quando vendia segredos de Portugal e da NATO a um espião do Serviço Externo da Federação Russa em troca de 10 mil euros.
Foi condenado a sete anos e quatro meses de prisão, mas em 2019, já após a condenação, continuava a receber o seu salário do SIS de 2500 euros mensais.
Há ainda algumas escorregadelas caricatas de Ministros. Em 1999, Veiga Simão, à data ministro da Defesa Nacional, divulgou o nome de 69 espiões e detalhes de operações em que haviam participado. A lista foi entregue a uma comissão parlamentar e acabou por ser publicada no jornal “O Independente. Veiga Simão acabou po se demitir.
Em 2010, o descuido foi de Augusto Santos Silva, que na altura também era Ministro da Defesa, e disse numa entrevista que Portugal ia ter uma célula de espiões no Líbano.
O SIS só serve para atuar conforme o Governo ou o Primeiro Ministro António Costa lhe determina. Pelo que parece só serve para ir buscar computadores portáteis a quem lhes foi distribuído pelas funções que exercem. É caso para mandar que o SIS vá buscar os célebres “Magalhães” que há anos foram distribuídos a mando do Sócrates.