Uma nova pesquisa aponta que o divórcio após os 50 anos pode causar um afastamento entre os pais e os filhos, especialmente entre os pais e as filhas. Já as relações com as mães tendem a fortalecer-se.
Um estudo recente publicado na The Journals of Gerontology: Series B revela mais informações sobre o divórcio entre casais com mais de 50 anos, apelidado de “divórcio grisalho”, nas relações entre pais e filhos.
A pesquisa descobriu que enquanto o divórcio em idade avançada leva a um fortalecimento dos laços entre as mães e os filhos, há uma diminuição do contacto e da proximidade emocional entre os pais e os seus filhos adultos, aponta o Psy Post.
O fenómeno do divórcio em idade avançada tem tido um aumento significativo nas últimas décadas, com a taxa de divórcio entre os maiores de 50 anos nos Estados Unidos a dobrar entre 1990 e 2010. Tendências semelhantes foram observadas na Alemanha e noutros países europeus, sinalizando uma mudança nas normas sociais.
Utilizando dados do Painel Familiar Alemão (Pairfam), o estudo focou-se em três dimensões da solidariedade entre pais e filhos — associativa (frequência de contacto), afetiva (proximidade emocional) e funcional (provisão de apoio).
Os resultados sugerem que as consequências do divórcio em idade avançada são influenciadas tanto pelo género do pai quanto do filho, com os pais geralmente a ter uma diminuição no contacto e apoio dos seus filhos adultos, potencialmente levando ao isolamento social.
Em contraste, as relações entre mães e os seus filhos adultos muitas vezes melhoram e há um aumento da proximidade emocional e apoio.
O estudo também descobriu que os efeitos do divórcio em idade avançada são mais pronunciados nas relações pai-filha, que tendem a ter maiores declínios no contacto e na proximidade emocional.
Por outro lado, as relações mãe-filha muitas vezes mostram laços fortalecidos e um aumento nas atividades de apoio pós-divórcio.
No entanto, o foco da pesquisa numa amostra alemã levanta questões sobre a sua aplicabilidade a outros contextos culturais e sociais, sugerindo a necessidade de estudos interculturais para explorar mais a fundo o impacto do divórcio em idade avançada nas dinâmicas familiares.