Uma das mais icónicas sobreviventes dos atentados de 11 de setembro morreu aos 42 anos, vítima de cancro de estômago.
Marcy Borders tornou-se conhecida a 11 de setembro de 2001, depois de ter sido fotografada pelo fotojornalista Stan Honda, coberta de pó, depois dos ataques terroristas ao World Trade Center.
Borders, mãe de dois filhos, morreu esta segunda-feira, informou a sua família no Facebook.
A americana dizia que tinha desenvolvido a doença ao inalar a poeira durante o ataque e passou a sofrer de alcoolismo e ansiedade nos anos a seguir à tragédia.
“Não posso acreditar que a minha irmã se foi”, lamentou o seu irmão, Michael Borders, no Facebook.
O primo, John Borders, chamou-a de “heroína” e afirmou que Mary tinha finalmente “sucumbido às doenças que tomaram conta do seu corpo desde o 11 de setembro“.
“Além de perder tantos amigos e colegas de trabalho depois desse dia trágico, as dores do passado descobriram uma forma de voltar à tona”, acrescentou.
A 11 de setembro de 2011, Borders trabalhava havia apenas um mês no escritório do Bank of America, no 81º andar da Torre Norte, quando o avião atingiu o edifício.
“O prédio começou a tremer e a baloiçar. Descontrolei-me. Lutei para sair dali”, descreveu ao jornal britânico Daily Mail em 2011.
Desafiando as instruções da sua chefe para que ficasse onde estava, Marcy fugiu pelas escadas e depois pelo lobby de um edifício adjacente, onde foi fotografada pelo fotojornalista Stan Honda.
Honda recordou o momento numa publicação na sua conta no Facebook, quando se completaram 10 anos de aniversário da tragédia.
“Uma mulher surgiu completamente coberta com pó. Estava bem vestida e, durante um segundo, parou no lobby. Tirei-lhe uma foto antes de um polícia começar a encaminhar as pessoas para uma espécie de mezzanine, porque pensavam que seria mais seguro do que no rés do chão”, recorda Honda.
Natural de Nova Jersey, Borders não sabia que tinha sido fotografada até que a sua mãe viu a imagem no dia seguinte e contactou o fotógrafo.
Problemas
Nos anos que se seguiram aos ataques, enquanto a foto acabou por se tornar uma das mais imagens mais icónicas da tragédia, Borders sofreu de depressão grave e vício de drogas, perdendo a custódia dos seus dois filhos.
“Não consegui ir a um único dia de trabalho em 10 anos e, em 2011, estava completamente perturbada”, afirmou ao jornal americano New York Post nesse ano. “Todas as vezes que via um avião, entrava em pânico”, afirma.
Depois de passar por uma clínica de reabilitação em abril de 2011, Marcy abandonou o vício e recuperou a custódia dos filhos. Em novembro de 2014, revelou que tinha cancro de estômago.
Borders dizia acreditar que o cancro que desenvolveu foi resultado do que aconteceu em 2001.
“Acredito piamente nisso porque nunca tive doença nenhuma”, disse ao jornal americano New Jersey Journal. “Eu não sofro de pressão alta, colesterol alto, diabetes”.
Milhares de pessoas que estavam nos arredores das Torres Gémeas naquele dia também foram diagnosticadas com cancro, mas os médicos não confirmam qualquer ligação da doença com os ataques.
Em 2011, o presidente dos EUA, Barack Obama, instituiu um fundo de 2,5 mil milhões de euros para compensar os que tiveram problemas de saúde relacionados com os ataques.
A filha de Borders, Noelle, afirmou ao New York Post esta quarta-feira que a mãe “lutou uma batalha surpreendente”.
“Ela não se tornou apenas conhecida mundialmente; ela é e será para sempre a minha heroína”, disse ela.
ZAP / BBC
Com tanta porcaria que as pessoas comem e metem no corpo, como é que podem chegar à conclusão de uma causa em concreto? NUNCA!
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