O empresário Mário Ferreira está a ser investigado pela Procuradoria Europeia devido a suspeitas relacionadas com a atribuição de fundos comunitários a empresas do grupo do dono da TVI.
A Pluris Investments, de Mário Ferreira, vai receber 40 milhões de euros, fazendo parte das 12 que vão receber um investimento direto de 76,7 milhões de euros através do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR), como parte dos apoios do Estado à covid-19.
Segundo o empresário disse ao Público, estes 40 milhões de euros serão direcionados ao aumento de capital da Mystic Cruises, a sua empresa de navios turísticos. Mário Ferreira recusa a possibilidade de qualquer financiamento à TVI, onde a Pluris detém 35% do capital.
Segundo avançou esta quarta-feira o Correio da Manhã, foi aberto um inquérito na sequência de uma queixa relacionada com a atribuição de dinheiros de Bruxelas e a alegada prática de atos de branqueamento de capitais, a qual terá sido comunicada ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
Naquele departamento, o empresário está já a ser investigado no âmbito de dois inquéritos, estando a Procuradoria Europeia a debruçar-se apenas sobre os fundos comunitários.
O jornal recordou que, durante o julgamento em que Ana Gomes responde por difamação a Mário Ferreira, a antiga eurodeputada afirmou ter apresentado queixa contra o empresário junto da Procuradoria Europeia.
Entretanto, o Expresso apurou, junto de fonte próxima ao processo, que estão a ser realizadas buscas a várias empresas de Mário Ferreira. Uma delas, noticiou a SIC Notícias, é a Douro Azul, por indícios de fraude fiscal e branqueamento no negócio da compra e venda do navio Atlântida.
As buscas acontecem depois de em abril o Ministério Público ter autonomizado o inquérito ao navio comprado ao Estado, em 2014. O novo inquérito resulta de uma certidão extraída do processo inicial, sobre o negócio que envolvia os Estaleiros Navais de Viana do Castelo e a subconcessão ao Grupo Martifer.
A TSF contactou o empresário Mário Ferreira, mas sem sucesso.
Contudo, no Facebook, o empresário respondeu às acusações, afirmando que “o Correio da Manhã uma vez mais lança um ataque feroz” e relembrando: “o meu “amigo” Paulo Fernandes, em maio de de 2020, prometeu que me “destruía a vida” caso “eu avançasse com a compra da Media Capital”.
“Eles sabem que não estou acusado de nada, não sou arguido em nenhum processo”, indicou ainda Mário Ferreira.
“A união de Ana Gomes a enviar cartas com falsas acusações e o CM [Correio da Manhã] em parceria a aproveitar para fazer notícias, parece para eles um modelo virtuoso para vender jornais… Ao meu “amigo” Paulo irei sempre responder com obra feita e nunca lhe farei a ele aquilo que não gosto que me estejam a fazer a mim, são estilos”, escreveu ainda.
Imaginemos os telejornais, os debates, a exploração deste caso, se o visado não fizesse parte da TVI, ou dono.