Cientistas detetaram lepra, pela primeira vez, em chimpanzés selvagens. Os sintomas são muito parecidos com os das pessoas que também são infetadas.
De acordo com o site Live Science, os chimpanzés em questão – Pan troglodytes verus – encontram-se na Guiné-Bissau e na Costa do Marfim e os cientistas suspeitaram que pudessem estar infetados devido às lesões que apresentavam, por serem muito parecidas às que têm as pessoas com lepra avançada.
Os animais mostravam papos na cara, tronco e órgãos genitais e apresentavam queda de pêlo, desfiguração facial, um crescimento excessivo das unhas e dedos deformados (as chamadas “mãos em forma de garra”).
Posteriormente, a análise genética das amostras das suas fezes confirmou que eram portadores da Mycobacterium leprae, a bactéria que causa esta infeção crónica, também conhecida como doença de Hansen ou hanseníase.
Os dados genéticos mostraram ainda que as estirpes da bactéria que afetaram as duas populações de chimpanzés eram diferentes. Ambas eram raras não apenas em humanos, mas também noutros reservatórios de animais.
Assim, escreve o mesmo site, tratam-se não só dos primeiros casos de lepra a serem detetados em chimpanzés selvagens (a doença já tinha sido detetada em chimpanzés em cativeiro), como também os primeiros casos não humanos desta doença em África.
Embora não se saiba como estes animais foram infetados pela M. leprae, as novas descobertas sugerem que estirpes desta bactéria podem estar a circular mais amplamente entre a vida selvagem do que se pensava.
O estudo foi publicado, a 13 de outubro, na revista científica Nature.