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Revelados novos detalhes sobre a “besta louca” que convivia com os dinossauros

Denver Museum of Nature & Science / Andrey Atuchin

Reconstrução realista de Adalatherium hui

Um novo estudo descreve um mamífero bizarro, de 66 milhões de anos, que fornece valiosas pistas sobre a história evolutiva dos mamíferos do supercontinente Gondwana.

O artigo científico, publicado no dia 18 de dezembro no Journal of Vertebrate Paleontology, descreve uma nova espécie de mamífero que viveu há 66 milhões de anos em Madagáscar. A criatura foi batizada de Adalatherium hui, um termo que pode ser traduzido como “besta louca”.

A pesquisa, que foi realizada ao longo de 20 anos, revela que o animal era “gigante” em relação aos mamíferos daquela época e que tinha algumas características bizarras: mais vértebras no tronco do que a maioria dos mamíferos, membros posteriores musculados e mais separados, pernas dianteiras fortes e rápidas que ficavam dobradas sob o corpo, dentes da frente como os de um coelho, dentes de trás muito diferentes dos de qualquer outro mamífero conhecido e uma estranha lacuna nos ossos na parte superior do focinho.

Segundo o SciTechDaily, a criatura pertencia a um grupo já extinto de mamíferos conhecido como gondwanaterianos. Estes animais foram descobertos pela primeira vez na década de 1980 e eram identificados pelos dentes isolados e fragmentos que possuíam nas mandíbulas.

Agora, esta equipa, composta por cientistas dos Estados Unidos e de Madagáscar, conseguiu finalmente estudar o primeiro esqueleto deste misterioso grupo de animais, que percorreu grande parte da América do Sul, África, Madagáscar, o subcontinente indiano e até mesmo a Antártida.

Em comunicado, citado pelo EurekAlert, o cientista David Krause explica que, “sabendo o que conhecemos sobre a anatomia esquelética de todos os mamíferos vivos e extintos, é difícil imaginar que um mamífero como o Adalatherium hui pudesse ter evoluído”.

Esta descoberta é a prova de que ainda há muito para aprender sobre os primeiros mamíferos de Madagáscar e de outras partes do planeta. “Adalatherium é uma peça importante num quebra-cabeças muito grande sobre a evolução dos primeiros mamíferos no Hemisfério Sul”, comentou Simone Hoffmann, coautora do artigo científico.

Liliana Malainho, ZAP //

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