Desvendado mistério do enorme artefacto que apareceu numa praia na Austrália

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Rachel Griffiths

A Agência Espacial Australiana (ASA) identificou o enorme artefacto metálico que surgiu na praia de Green Head, na Austrália, há duas semanas: é o que resta de um foguetão indiano.

O misterioso objeto metálico de grandes dimensões que apareceu na praia de Green Head, na Austrália, é parte de um foguetão da Agência de Pesquisa Espacial da Índia, ISRO.

Com quase dois metros de altura e uma cúpula no topo de um cilindro com o mesmo diâmetro, o objeto é aparentemente o detrito do terceiro estágio de um PSLV — Veículo de Lançamento de Satélite Polar da ISRO, detalhou a Agência Espacial Australiana, ASA, num post no Twitter.

O enorme cilindro dourado tinha sido encontrado, posicionado de lado, por residentes da região, que imediatamente avisaram a polícia local.

As autoridades locais rejeitaram desde logo que pudessem ser destroços do voo MH370, que desapareceu na sua viagem de Kuala Lumpur a Pequim em março de 2014, e descartaram que o objeto pudesse ser tóxico ou representar perigo para a saúde pública.

Os foguetões espaciais têm vários estágios, com compartimentos de combustível que são descartados sequencialmente durante o seu lançamento ao espaço — e grande parte dos componentes descartados tornam-se lixo que regressa à Terra.

A Agência Espacial Europeia, ESA, que monitoriza os objetos em órbita baixa da Terra, já alertou para a ameaça representada por este  lixo espacial, conhecida como Síndrome de Kessler, ou Efeito Kessler — nome da teoria desenvolvida na década de 1970 pelo consultor da NASA Donald J. Kessler.

Segundo esta teoria, o volume de detritos espaciais na órbita baixa da Terra é tão alto que objetos como satélites podem começar a colidir com este lixo, produzindo ainda mais lixo, num “efeito dominó” — ameaçando destruir os satélites exixtentes e colocando em causa futuros lançamentos.

Alice Gorman, especialista em arqueologia espacial da Universidade Flinders, em Adelaide, conhecida no Twitter como “Dr.SpaceJunk”, salientou à ABC Austrália, que este tipo de detritos pode chegar à Terra — mas que as colisões com pessoas, animais ou propriedades são muito raras.

ZAP //

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