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Descoberto novo mineral da Lua (que pode explicar o que acontece nas profundezas da Terra)

Ludovic Ferrière / NHM Vienna

O novo mineral foi descoberto num meteorito chamado Oued Awlitis 001

Cientistas descobriram um novo mineral num meteorito lunar. O donwilhemsite parece formar-se sob altas pressões e pode desempenhar um importante papel no ciclo das rochas nas profundezas da Terra.

Uma equipa de investigadores descobriu um novo mineral de alta pressão num meteorito lunar. Segundo o artigo científico, publicado no dia 1 e novembro na American Mineralogist, o donwilhemsite pode ajudar a explicar o que acontece com os materiais submetidos às pressões extremas do manto terrestre.

“Trabalho há 25 anos com meteoritos, mas descobrir um novo mineral e vê-lo pela primeira vez é realmente uma experiência extraordinária”, comentou, em comunicado, Ansgar Greshake, coautor do estudo.

Feito principalmente de átomos de cálcio, alumínio, silício e oxigénio, o mineral foi descoberto num meteorito chamado Oued Awlitis 001, encontrado em 2014 no deserto do Saara Ocidental. A equipa usou microscópios eletrónicos de transmissão para estudar uma amostra do meteorito e identificar a estrutura cristalina do novo mineral.

De acordo com o New Atlas, o donwilhemsite foi encontrado nas zonas de derretimento de choque do meteorito, onde a rocha derrete na imensa pressão e temperatura conforme se lança na atmosfera da Terra e colide com a superfície. Depois, arrefece e endurece novamente.

Estas condições são muito semelhantes às encontradas nas profundezas do manto do nosso planeta, pelo que esta investigação pode fornecer importantes pistas sobre os tipos de minerais que podemos lá encontrar.

Os autores do estudo acreditam que o mineral poderia ter-se formado naturalmente em profundidades entre os 460 e os 700 quilómetros abaixo da superfície.

Uma vez que este meteorito é composto por rochas semelhantes àquelas que constituem a crosta terrestre, a equipa acredita que donwilhelmsite desempenha um papel fundamental no transporte de sedimentos da crosta – na forma de placas tectónicas antigas – para baixo através a zona de transição, que separa o manto superior e inferior.

O novo mineral foi batizado em homenagem a Don Wilhelms, um geólogo lunar que fazia parte da equipa que analisou dados e amostras das missões Apollo.

ZAP //

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