Hana-Rawhiti Maipi-Clarke, que afinal já tinha apresentado o haka no Parlamento, nem queria aceitar o prémio: “Só estive lá 5 minutos”.
O Parlamento da Nova Zelândia deixou o seu cantinho para aparecer nas notícias em imensos países. Incluindo por cá.
Há duas semanas, uma deputada maori estava a falar quando rasgou uma cópia de um projecto-de-lei. Em simultâneo, começou…o haka.
A famosa dança típica do povo Maori tomou conta do Parlamento: dezenas de deputados levantaram-se e ainda houve apoio por parte de muitas pessoas que assistiam à sessão nas galerias.
Foi uma forma de protesto contra a intenção do Governo de alterar o Tratado de Waitangi (1840), assinado por Reino Unido e indígenas. Um dos artigos indica que os chefes tribais têm direito a uma posse “exclusiva e ininterrupta” das suas terras e tesouros.
Hoje, os defensores da proposta consideram que o povo Maori goza de privilégios que outros neozelandeses não têm, precisamente por causa desse documento.
A deputada que iniciou o haka chama-se Hana-Rawhiti Maipi-Clarke. Tem apenas 22 anos e em Setembro foi eleita a jovem política do ano.
A distinção da One Young Word elege os políticos mais destacados do mundo, desde que tenham entre 18 e 35 anos, e que “utilizam os seus cargos para causar um impacto positivo nos jovens das suas comunidades e dos seus países“.
Quatro políticos venceram o prémio e Hana-Rawhiti Maipi-Clarke foi uma delas. Mas nem sabe porquê: “A minha reacção inicial foi: ‘Eu só estive ali durante 5 minutos, porque mereço este prémio?‘”, cita a RNZ.
Hana nem queria ir ao Canadá receber o prémio. Mas depois pensou na sua família e na sua tribo, que gostariam de a ver com o prémio. E foi.
Hana-Rawhiti Maipi-Clarke é a deputada mais jovem na Nova Zelândia desde 1853. Começou aos 21 anos. O seu tetravô foi o primeiro ministro maori na Nova Zelândia.
Já agora, a jovem deputada afinal já tinha protagonizado um momento semelhante. Aconteceu em Dezembro do ano passado:
Por fazer uma dança de guerra, uns gritos e mostra uns olhos demoníacos numa casa em que se devia discutir para chegar a meios ternos civilizadamente …. E ganha prémio política do ano… Faz sentido.
Faz lembrar aquela do logotipo do governo…
Qual? A Mariana Mortágua?