“Mas não será fácil”. Eleições europeias podem ser realizadas no dia 9 de Junho. Quatro principais partidos também querem alterar data.
Olhando para o calendário eleitoral publicado na Comissão Nacional de Eleições, vê-se que as eleições europeias estão previstas para Maio ou Junho de 2024.
Bruxelas quer que esse acto eleitoral se realize no dia 9 de Junho. Será um domingo, no próximo ano; o dia seguinte é segunda-feira, mas feriado; a quinta-feira seguinte é feriado em diversos pontos do país, incluindo a capital Lisboa.
Ou seja, prevê-se que essa será (como habitual) uma semana de férias para milhares de portugueses.
Por isso, o Governo está a tentar alterar essa data e já tem falado com responsáveis da União Europeia, contou nesta sexta-feira o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes, no Parlamento.
“Obviamente, trata-se de uma data muito inconveniente, sendo véspera de um feriado e sendo, portanto, a meio de um fim de semana prolongado e, por isso, o Governo português tem vindo a promover um conjunto de diligências para procurar alterar esta data”, continuou.
Mas alterar essa data “não será fácil”, avisou o secretário de Estado. Porque os outros países rejeitam outras datas – as eleições serão no mesmo dia, em todos os países que compõem o Parlamento Europeu.
“É preciso reunir unanimidade de todos os Estados-membros para encontrar uma data alternativa e, neste momento, há objecções de vários Estados-membros em relação a qualquer uma das outras datas, quer anteriores a este fim de semana, quer posteriores”, explicou.
Se as eleições forem realizadas mesmo no dia 9 de Junho (cenário mais provável), a alternativa é “explorar todas as possibilidades para potenciar e facilitar a participação eleitoral, seja através do voto antecipado ou de outras formas”.
Os quatro principais partidos na Assembleia da República – PS, PSD, Chega e IL – também não querem que as eleições europeias se realizem nesse domingo.
As eleições europeias já costumam ser as eleições com menor participação por parte dos portugueses. Em 2019, o último acto eleitoral nesse contexto, a abstenção foi de 69,3%.