Pela primeira vez, uma das teorias da evolução de Charles Darwin, descrita na sua obra “A Origem das Espécies”, foi provada por uma investigadora da Universidade de Cambridge.
Uma das teorias da evolução de Charles Darwin foi finalmente provada, quase 140 anos após a sua morte. A investigadora da Universidade de Cambridge, Laura van Holstein, descobriu que as subespécies de mamíferos desempenham um papel mais importante na evolução do que aquilo que se pensava anteriormente.
Esta investigação, cujo estudo foi publicado esta quarta-feira na revista científica Proceedings of the Royal Society B, pode ser usada para prever quais espécies os conservacionistas se devem concentrar em proteger para impedir que fiquem sob ameaça de extinção.
“Os modelos evolutivos agora podem usar estas descobertas para antecipar como as atividades humanas, como a exploração madeireira e a desflorestação, vão afetar a evolução no futuro, interrompendo o habitat das espécies”, disse van Holstein.
A antropóloga explica que as subespécies animais tendem a ser ignoradas, mas desempenham um papel central na dinâmica da evolução futura a longo prazo.
“No capítulo 3 de ‘A Origem das Espécies’, Darwin disse que as linhagens de animais com mais espécies também devem conter mais ‘variedades’. Subespécie é a definição moderna”, começou por dizer a autora do estudo, van Holstein.
“O meu estudo investigou a relação entre espécies e variedades de subespécies prova que as subespécies desempenham um papel crítico na dinâmica evolutiva a longo prazo e na evolução futura das espécies. E elas sempre desempenharam esse papel, e isso é o que Darwin suspeitava quando definia o que realmente era uma espécie”, acrescentou, citada pelo Phys.
No livro “A Origem das Espécies”, Charles Darwin argumentou que os organismos evoluíram gradualmente através de um processo chamado ‘seleção natural’. Desde sempre o seu trabalho foi altamente criticado, principalmente por contradizer a versão da bíblia.
A investigadora de Cambridge também concluiu que a evolução acontece de maneira diferente nos mamíferos terrestres e nos mamíferos marinhos, devido às disparidades dos seus habitats.
“Por exemplo, se uma barreira natural, como uma cordilheira, atrapalhar, ela pode separar grupos de animais e enviá-los nas suas próprias jornadas evolutivas. Mamíferos marinhos e voadores – como morcegos e golfinhos – têm menos barreiras físicas no seu ambiente”, esclareceu van Holstein.
A especialista realça ainda que as subespécies podem ser o primeiro passo da formação de uma nova espécie.