Cientistas identificaram o processo primário que formou a atmosfera lunar

Uma equipa de cientistas do MIT e da Universidade de Chicago identificou o processo primário que formou a atmosfera da Lua — e que continua a sustentá-la atualmente.

A Lua tem uma atmosfera ténue, chamada exosfera.

Os átomos de vida curta à volta da Lua são constantemente reabastecidos a partir do solo lunar por diversos processos, como impactos de micrometeoritos, pulverização de iões e dessorção estimulada por fotões.

Segundo o Tech Explorist, mesmo com os mais recentes avanços métodos de deteção e dados recolhidos pelas diferentes missões espaciais, ainda não tinha sido possível determinar com exatidão a contribuição de cada um destes processos.

Num estudo recente, cientistas do MIT e da Universidade de Chicago identificaram agora o processo primário que formou a atmosfera da Lua — e que continua a sustentá-la atualmente.

Num novo estudo, publicado a semana passada na Science Advances, a equipa identificou o processo que formou a atmosfera da Lua e que continua a sustentá-la atualmente.

Através de análises isotópicas de potássio e rubídio de alta precisão de amostras de solos lunares das missões Apollo, os cientistas descobriram que a superfície da Lua tem sido continuamente bombardeada, primeiramente por meteoritos maciços e, mais recentemente, por “micrometeoróides” do tamanho de poeiras.

Estes constantes impactos evocam o solo lunar, vaporizando certos átomos em contacto e lançando partículas para o ar. Como resultado, átomos são emitidos para o espaço, enquanto outros permanecem suspensos sobre a Lua, formando uma atmosfera que é reabastecida à medida que os meteoritos atingem a superfície.

Depois de atingirem a superfície da Lua, as partículas transferem a sua energia para os átomos do solo, fazendo com que esses se espalhem e voem para o ar.

De modo a determinar com mais exatidão esta situação, os cientistas examinaram 10 amostras de solo lunar, cada uma com cerca de 100 miligramas. De seguida, isolaram dois elementos de cada amostra.

Seguidamente, trituraram os solos até ficarem em pó fino e depois dissolveram-nos em ácidos para purificar e isolar soluções que continham potássio e rubídio. Estas soluções foram depois passadas por um espetrómetro de massa, que mediu vários isótopos destes componentes em cada amostra.

Os autores do estudo descobriram que os solos contêm maioritariamente isótopos pesados de potássio e rubídio. Cerca de 70% da atmosfera da Lua é produto do impacto de meteoritos, enquanto os restantes 30% são consequência do vento solar.

Por fim, esta descoberta vai para além da compreensão da história da Lua, uma vez que estes processos podem ocorrer e ser mais significativos noutros locais.

Soraia Ferreira, ZAP //

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