Há uma grande cidade europeia em que as pessoas não crescem há 2 mil anos

Os habitantes de Milão praticamente não mudaram de altura nos últimos 2 mil anos, contrariando a tendência de que as pessoas são hoje mais altas.

Ao longo da história, o tamanho médio das pessoas variou significativamente de acordo com o local, a época e as condições socioeconómicas em que viviam. Em geral, as pessoas eram mais baixas no passado do que são hoje em dia.

Durante a Idade Média, por exemplo, o tamanho médio das pessoas na Europa era de cerca de 1,60 metros para os homens e 1,50 metros para as mulheres. No Renascimento, a altura média dos homens europeus tinha aumentado para cerca de 1,70 metros, enquanto as mulheres eram um pouco mais baixas, com uma média de 1,60 metros.

Atualmente, em média, os homens e as mulheres são mais altos. Só nos últimos 150 anos, a altura média das pessoas em nações industrializadas aumentou cerca de dez centímetros.

No entanto, na cidade de Milão, em Itália, não houve praticamente nenhuma alteração na altura média das pessoas, tanto em homens como em mulheres. Essencialmente, as alturas são as mesmas há 2 mil anos, desde o Império Romano.

“Este é um dos raros estudos que não mostra nenhuma mudança na tendência da altura ao longo do tempo na Europa”, disse Mirko Mattia, autor correspondente do artigo, em declarações à revista Newsweek.

“Na verdade, estudos europeus observaram uma tendência em forma de U na estatura adulta, com indivíduos altos nos tempos romanos e no início da Idade Média, uma tendência secular negativa na Idade Média e/ou na era moderna e, finalmente, uma recuperação da altura no século XX”, acrescentou.

O estudo revelou que a altura média dos homens é de 168,5 centímetros, enquanto a das mulheres é de 157,8 centímetros. Ambas as médias quase não mudaram ao longo do tempo.

Para medir isto, os cientistas usaram dados históricos e esqueletos antigos. “Os esqueletos são testemunhas de vidas passadas e podem revelar muito sobre a história de vida de uma pessoa”, realça Mattia.

“Vários fatores podem explicar esta diferença”, explicou Mattia, referindo o contexto geográfico e socioeconómico homogéneo, o uso sistemático de uma única metodologia e condições de vida relativamente melhores na cidade de Milão, em comparação com outras áreas urbanas europeias.

Os resultados foram publicados esta quinta-feira na revista Scientific Reports.

Daniel Costa, ZAP //

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