Na Alemanha, CDU “ficou sem o C”

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EPP / Flickr

Friedrich Merz, líder da CDU na Alemanha

O “plano perigoso” do partido que deve ganhar as eleições no domingo e os princípios que, de cristãos, pouco ou nada têm.

As eleições na Alemanha do próximo domingo deverão marcar uma viragem na política alemã, com o regresso da União Democrata-Cristã (CDU) ao poder.

O sociólogo e ativista Karl Kopp acredita que a CDU tem um “plano perigoso” para a política de asilo que “passa por cima da lei”.

“O perigoso plano que Friedrich Merz (líder da CDU) quer implementar logo que chegar ao governo implica destruir o direito de livre circulação, ignorando a lei Básica, e espoletando um efeito dominó que obriga todos os outros Estados-membros [da União Europeia] a adotarem medidas semelhantes. Estas medidas destruirão todo o atual sistema de asilo“, apontou o ativista da organização humanitária Pro Asyl, em declarações à agência Lusa.

“O líder da CDU, Friedrich Merz, apoia-se em cinco pontos para fechar de uma forma permanente as fronteiras alemãs, rejeitando todas as pessoas que procuram asilo, prendendo todas as pessoas que viram o seu pedido de asilo recusado, cerca de 40 mil pessoas, e fazendo deportações para países como a Síria e o Afeganistão. Esta proposta, estas medidas, violam claramente a lei, mas a CDU não quer saber“, lamentou.

O ativista recorda a moção não vinculativa que a CDU fez passar no parlamento alemão com os votos do partido de extrema-direita, Alternativa para a Alemanha (AfD).

“Muitos dizem que a CDU abriu uma caixa de Pandora. Pela primeira vez depois da Segunda Guerra Mundial, um partido democrático colaborou abertamente com a extrema-direita para fazer passar uma moção que viola claramente a Constituição alemã, e as leis internacionais”, sublinhou.

“Isso não vai apenas restringir as migrações e asilo, mas criará um papel diferente da Alemanha em relação à Europa. Vai passar de ser o líder em cooperação e respeito pelos direitos humanos para passar a defender uma política totalmente nacionalista”, frisou.

“Esta cooperação da CDU com a AfD criou muito medo entre os refugiados, entre a comunidade migrante da Alemanha. Que uma coisa fique clara, a Alemanha é um país de imigrantes. Esta sociedade aberta como a conhecemos está em risco”, afirmou Karl Kopp.

E a letra C?

Pegando neste contexto, Pedro Mexia sugeriu que CDU ficou sem a letra C. Ou seja, agora parece só União Democrata, sem a parte do Cristã.

“Ha uma visão cristã do mundo: o cristianismo não propõe a vingança como princípio de vida; o cristianismo não despreza imigrantes, pobres – a Bíblia está cheia de histórias de hospitalidade, de generosidade, em relação a migrantes”, atirou o comentador, na SIC Notícias.

Por isso, e citando a igreja protestante na Alemanha e o próprio Papa Francisco: “As pessoas que se dizem cristãs estão claramente a saltar capítulos quando falam dessas questões. Não é possível ser completamente anti-imigração e dizer que é cristão. É absurdo, é absurdo!“, reforçou.

ZAP // Lusa

5 Comments

  1. “…o cristianismo não despreza imigrantes…”
    O problema está em que os imigrantes desprezam o cristianismo, e os povos que os acolhem, e os modos de vida destes.
    Vai ser, finalmente, uma onda que irá varrer a Europa e remediar o mal feito. Esperemos que a tempo. Mas para alguns, já é tarde. Que o digam (apesar de já não poderem) aquela jovem mãe e a filhinha de 2 anos, que foram atropeladas por um carro com vontade própria (https://pt.euronews.com/my-europe/2025/02/15/uma-menina-de-2-anos-e-a-sua-mae-morreram-na-sequencia-do-atropelamento-em-munique). Ou o jovem austríaco atacado também por uma faca com vontade própria (no início, só mais tarde apareceu o portador da mesma, alegadamente um sírio requerente de asilo https://observador.pt/2025/02/15/ataque-a-faca-numa-rua-em-cidade-da-austria-faz-um-morto-um-jovem-de-14-anos-e-4-feridos/)

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  2. ONU ou NADA – ZERO – Organização criada para resolver , ou , senão tentar harmonizar a vida em todas as nações filiadas ; tentar resolver litígios de fronteiras e interferências politicas , encontrar meios para o bem estar de todas nações nas calamidades climáticas, principalmente as que envolvem a Fome nas regiões carentes e as populações menos desenvolvidas o conforto para sobrevivência . Enfim, quase oitenta anos passados e NADA mudou e o que se vê são as mesmos cenários dos passados AC e DC : guerras , tiranias – ditadores cruéis e sanguinários perseguindo , dizimando populações e toda espécie de truculência com os povos escravizados A ONU faria o papel de “um só rebanho e um só pastor ” como seria o fracassado Cristianismo em seus fundamentos ” de amar o próximo como a ti mesmo “- Mas , tanto um como o outro se tornaram-se corrompidos . Duas entidades farsantes e oportunistas e nada mais É o que pensa , joaoluizgondimaguiargondim – jlg21com@gmailcom

  3. Tirando os países mais maricas, que ficam sozinhos mais para o final, vai-se acabar a mama. Esta invasão de mafiosos e oportunistas mal cheirosos de 3º mundo e das favelas, vai acabar. Todos de volta para casa imediatamente como está a fazer o trump. Estes actuais politicos autistas, vão ser culpados da extrema direita subir ao poder por todo o mundo ocidental, a começar pela europa. Já vem tarde.

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  4. Gostei imenso de ouvir o discurso daquele senhor americano que foi à Europa a uma reunião e sem qualquer papel à frente, desancou, de forma brilhante, os incompetentes que têm desgovernado a Europa desde há muito. Uma Europa que cresce uma ninharia, que se deixa encher de tudo quanto é chinês e balatinho e de toda a gentinha que não sabem a as línguas, nem ler nem escrever. É com este sistema utilizado desde há muito que querem fazer valer a sua importância perante Trump e Putin. Levaram ca um enxovalho que não esquecerão tão cedo. Como alguém escrevia há dia num jornal o Trump faz mais num minuto do que a UE faz num ano.. kkkkkkkk

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