“O único branqueamento que nós fazemos aqui no Santa Clara é com lixívia Javisol para limpar a roupa aos jogadores”, defende o presidente do CD Santa Clara, Rui Cordeiro.
A Polícia Judiciária está a fazer buscas, desde segunda-feira, nas sedes das SAD do Benfica, do Sporting e do Santa Clara. A empresa e residência do advogado Rui Cordeiro, presidente do Santa Clara, também está a ser investigada pela PJ.
“Ninguém gosta de ver os seus filhos chorar pela manhã quando alguém entra na privacidade da nossa casa, ninguém gosta de ver a sua dignidade profissional belicada com buscas domiciliárias, somos humanos e custa ver o nosso nome ser julgado na praça pública em lume brando sobre a capa da presunção de inocência”, disse Cordeiro à Tribuna Expresso.
Um dos inquéritos centra-se em negócios relacionados com três jogadores líbios: o extremo esquerdo Hamdou Elhouni, o médio defensivo Mohamed Al-Gadi e o médio ofensivo Muaid Ellafi.
Um dos objetivos das buscas é cruzar as contabilidades do Benfica e do Santa Clara para apurar os contornos destes negócios e perceber se o Fisco foi defraudado no pagamento de impostos.
Os crimes que estão a ser investigados neste processo são fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais, falsificação de documento, participação económica em negócio e recebimento indevido de vantagem.
O presidente do Santa Clara diz que o caso foi desencadeado através de uma denúncia anónima que tem por base “uma campanha insidiosa” que visa “aniquilar a honra e a dignidade pessoal daqueles que tentam reerguer este clube e prestigiar os Açores”.
“O único branqueamento que nós fazemos aqui no Santa Clara é com lixívia Javisol para limpar a roupa aos jogadores”, atirou Cordeiro, admitindo “estar de consciência tranquila”.
“Quando o Santa Clara era um cavalo que não tinha dentes, estava raquítico e a cambalear ninguém o queria montar”, mas agora, “que é ágil, rápido e orgulhoso da sua crina açoriana e da sua bravura, todos o querem montar”, acusou o presidente do emblema açoriano.