Benfica fora da Taça. Salvador viu uma “grande arbitragem”, Rui Costa confrontou árbitro no túnel

Hugo Delgado / EPA

Gonçalo Ramos no chão, no SC Braga-Benfica

Líder do campeonato voltou a ser travado em Braga. Expulsão marcou um jogo que foi decidido nas grandes penalidades.

O Benfica não conquista a Taça de Portugal desde 2017 e vai passar, pelo menos, mais um ano sem a conquistar: foi afastado da prova na noite passada, em Braga.

O líder do campeonato voltou a ser travado pelo Sporting de Braga, desta vez com um empate (1-1) mas com uma derrota por 5-4 nas grandes penalidades, nos quartos-de-final.

Gonçalo Guedes marcou ainda dentro do primeiro quarto de hora mas, aos 30 minutos, a jogada que definiu muito do que foi o duelo: a expulsão de Alexander Bah depois de uma entrada feia sobre Pizzi. Pouco depois, Al Musrati empatou.

Sem mais golos até ao final dos 120 minutos (mas com mais uma expulsão no Benfica – Morato), nas grandes penalidades só Aursnes falhou. Al Musrati voltou a ser decisivo e marcou no último pontapé.

Roger Schmidt, treinador do Benfica, acha que foram as grandes penalidades a decidir o jogo, não o cartão vermelho a Bah. Mas criticou a arbitragem: “Não foi assinalado um penálti claro a nosso favor. Foi um grande erro de arbitragem. Daria a possibilidade de marcarmos o 2-0″.

O lance em causa decorreu aos 18 minutos, num contacto dentro da área bracarense entre Tormena e Guedes. O árbitro nem foi ver o vídeo-árbitro, tendo recebido indicação de que não era falta.

Sobre o mesmo lance, Rui Costa, presidente do Benfica, estava sem palavras: “Não há explicação para o que se passou hoje aqui. Houve um penálti claríssimo sobre o Gonçalo Guedes, curiosamente o mesmo árbitro que quase obrigou Artur Soares Dias a marcar um penálti contra nós no Benfica – Sporting num lance com a mesma dinâmica”.

Mas houve outro momento que originou os protestos de Rui Costa: aos 54 minutos, uma falta dura de Uros Racic sobre Aursnes, quase igual à falta de Bah que originou cartão vermelho. A diferença foi na zona atingida: chuteira de Aursnes, perna de Pizzi.

“Não vou contestar a expulsão do Bah, que é clara, mas o que não consigo compreender é como é que o lance do Racic, na segunda parte, com o mesmo árbitro e VAR, é analisado de forma diferente. Fizemos de tudo para estar nesta Taça e não nos deixaram continuar”, disse Rui Costa.

“É inadmissível como não chamaram o árbitro ao VAR. O senhor Fábio Melo não é virgem nestas situações. Não se compreende o mesmo árbitro e VAR terem dois critérios diferentes no mesmo jogo”, completou.

Rui Costa já tinha mostrado uma cara pouco simpática na tribuna VIP. No túnel de acesso aos balneários, o presidente do Benfica confrontou o árbitro Tiago Martins: “Foste tu quem chamou o VAR (no Benfica-Sporting) e hoje nem ao VAR foste”.

Um vídeo captado pelo jornal Record captou a conversa:

António Salvador, presidente do Sporting de Braga, acha que a vitória dos minhotos foi ”justa” num jogo com “três grandes equipas”.

“Foi um jogo onde estiveram três grandes equipas em campo. O SC Braga, o Benfica e uma grande equipa de arbitragem. “Vocês é que são os analistas, vocês é que são da comunicação social, é que analisam e comentam as arbitragens e sabem a arbitragem que se passou hoje em campo. Foi uma grande arbitragem”, repetiu.

O SC Braga vai ter pela frente o Nacional e o FC Porto jogará com o Famalicão. As meias-finais disputam-se a duas “mãos”, em datas ainda por definir.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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