Blindado, luxuoso, muito lento. Taeyangho, o comboio que leva Kim Jong-un na visita à Rússia

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KCNA

Kim Jong-un desce do seu icónico comboio blindado, Taeyangho

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, chegou à cidade portuária russa de Vladivostok, a bordo do seu icónico comboio blindado, para um  encontro com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Naquela que é a primeira deslocação internacional de Kim Jong-un em mais de quatro anos, o líder da Coreia do Norte partiu numa longa viagem de comboio com destino a Vladivostok, na Rússia, para se encontrar com Vladimir Putin.

Em cima da mesa no encontro entre os líderes dos dois países, diz a BBC,  poderá estar o fornecimento de armas de Pyongyang a Moscovo — no que é visto como um apoio da Coreia do Norte ao esforço de guerra da Rússia na Ucrânia.

Segundo o Conselho de Segurança Nacional dos EUA a Rússia irá tentar adquirir munições de artilharia norte-coreanas, oferecendo, em contrapartida, alimentos, matérias-primas e apoio contínuo em fóruns internacionais como a ONU.

O meio escolhido pelo líder norte-coreano para a visita à Russia é o seu icónico comboio Taeyangho — “Sol”, em coreano, numa alusão ao fundador do país e avô de Jong-un, Kim Jong-il.

Este comboio é especial não apenas pela sua função — transportar o todo poderoso líder supremo da Coreia do Norte — mas também pelas suas características.

Com cerca de 20 vagões à prova de bala e fortemente vigiado, Taeyangho é uma combinação de tradição, luxo e segurança , com salas de conferência, salas de reunião, quartos, telefones via satélite e televisores.

O comboio blindado é muito, muito lento: a viagem durou um dia, devido à velocidade limitada da comboio e às condições da envelhecida rede ferroviária da região. Estima-se que Taeyangho tenha feito os 1.180 km da viagem a uma velocidade máxima de 59 km/h.

A sua viagem à Rússia envolveu várias paragens técnicas — uma das quais para trocar as rodas do comboio para se adaptar à rede ferroviária russa.

A opulenta cozinha do Taeyangho serve uma variedade de pratos internacionais. “Era possível pedir qualquer prato da culinária russa, chinesa, coreana, japonesa ou francesa”, diz o comandante militar russo Konstantin Pulikovsky, que acompanhou o antigo líder norte-coreano Kim Il-Sung em 2001.

A tradição de viajar de comboio foi estabelecida por Kim Il-Sung, que tinha medo de voar. Mas apesar de ter escolhido novamente este meio de transporte tradicional,  Kim Jong-un não partilha da aversão do pai, tendo sido visto anteriormente a viajar num jato privado russo.

Curiosamente, Kim Il-Sung morreu de ataque cardíaco, a 17 de dezembro de 2011, enquanto viajava no seu comboio blindado muito muito lento.

Armando Batista, ZAP //

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