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Benfica 1-0 Marítimo | Águia compõe hino ao desperdício

Na recepção ao Marítimo, num embate relativo à 25ª jornada do campeonato, o Benfica venceu por 1-0. O golo decisivo, construído da marca de grande penalidade, foi concretizado por Luca Waldschmidt ainda na primeira parte.

As “águias” desperdiçaram diversas ocasiões flagrantes, sofreram nos instantes finais, mas conseguiram somar os três pontos, sem se livrar de alguns sustos.

A equipa de Jorge Jesus (que atingiu a marca das 250 vitórias enquanto treinador dos lisboetas) chegou ao sexto jogo consecutivo sem sofrer golos e atingiu a marca dos seis triunfos de rajada. Os visitantes terminam esta ronda na zona de despromoção.

 

O jogo explicado em números

  • Olhando para a equipa que defrontou o Braga na última jornada, Jorge Jesus abdicou no esquema com três centrais e apostou em Everton, deixando Vertonghen no banco. 
  • Nos madeirenses, que foram goleados em casa na última ronda pelo Famalicão por 4-0, Julio Velásquez “riscou” Léo Andrade, Rodrigo Pinho (ambos a cumprir castigo), Guitane, Milson e promoveu as entradas de Karo, Renê Santos, Edgar Costa e Alipour.
  • O primeiro enquadrado do encontro, após duas tentativas para cada lado, surgiu aos 16 minutos, através de Everton. Nesta fase, as águias tinham mais posse (76% versus 24%), mas sentiam dificuldades para ultrapassar a teia defensiva contrária, até que num lance aparentemente fácil de controlar, Hermes derrubou Rafa decorria o minuto 19. Penálti assinalado. 
  • Da marca dos 11 metros, Luca Waldschmidt não tremeu e abriu a contagem. Foi o sétimo golo do alemão no campeonato, na primeira vez que os “encarnados” tiveram uma grande penalidade assinalada nesta edição da prova.
  • Numa espécie de oásis de ideias que invadiu os dois conjuntos, aos 29 minutos Rafa e Waldschmidt combinaram na perfeição, mas Seferovic falhou no momento da definição e permitiu a intervenção de Amir. Foi o sexto remate (três na direcção do alvo) dos anfitriões face às duas tentativas, ambas desenquadradas, dos forasteiros. E cinco minutos volvidos, o guarda-redes dos insulares foi lesto a sair dos postes e travou a finalização de Waldschmidt.
  • Diziam os números que Taarabt era o elemento em destaque, com um passe para finalização, quatro passes valiosos, três passes falhados em 22 feitos (86% de eficácia), cinco recuperações da posse, duas acções defensivas no meio-campo adversário e alguns pormenores de classe. O médio marroquino amealhava uma nota de 6.0. Amir, com duas defesas e 5.7, era o jogador do lado do maritimista com melhor avaliação à meia-hora.
  • A cinco minutos do descanso, Na sequência de um livre, Zainadine assistiu Karo que desperdiçou uma soberana ocasião para empatar o encontro, na primeira vez que os visitantes conseguiram chegar com perigo à área benfiquista. E aos 44, Hermes centrou e por muito pouco Zainadine não conseguiu chegar à bola na zona do segundo poste.

José Sena Goulão / Lusa

  • Ao cabo dos primeiros 47 minutos, um golo fazia a diferença no marcador. Além do tiro certeiro de Waldschmidt, os lisboetas conseguiram orquestrar mais alguns lances bem gizados, mas pecaram no momento da definição.
  • O Marítimo, que até esteve afoito na fase inicial, foi recuando no terreno com a passagem do tempo e só voltou a dar sinais de vida em termos ofensivos na recta final desta etapa.
  • Amir, com duas intervenções, era o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 6.1. Rafa 6.1, com uma ocasião flagrante criada, quatro passes valiosos, quatro acções com a bola na área adversária e três faltas sofridas, era quem mais se destacava do lado do Benfica.
  • A abrir a etapa final, num lance de laboratório, Otamendi falhou o 2-0 com a baliza à mercê, numa jogada que ainda teve como intervenientes Taarabt e Waldschmidt. Das nove tentativas de remate, apenas três foram em direcção à baliza do “rival”. Numa fase de loucos, Helton Leite foi gigante e impediu o empate a Cláudio Winck e, na resposta, Seferovic falhou um golo que parecia certo quando estava isolado ante Amir, tudo isto no espaço de poucos segundos…
  • Com as entradas em cena de Correa e Pelágio, o emblema madeirense tentava chegar às zonas de perigo com um futebol mais de triangulações em vez do jogo directo, ao passo que o Benfica ia criando e desperdiçando mais ocasiões para dilatar o marcador. A magra vantagem não deixava os vice-campeões nacionais seguros e acalentava as esperanças do Marítimo para os minutos finais.
  • Já em período de descontos, Correa ficou a escassos centímetros de empatar o duelo, na sequência de um remate cruzado. Dos oito remates do Marítimo, apenas dois foram em direcção ao alvo. E aos 94, Chiquinho recebeu um passe “açucarado” de Rafa, mas no “face to face” com Amir não conseguiu levar a melhor diante do iraniano.
  • Apesar das inúmeras ocasiões desperdiçadas, as “águias” conseguiram segurar os três pontos e prosseguem na luta pela presença na próxima edição da Liga dos Campeões. Por seu turno, o Marítimo não conseguiu nenhum ponto na luta pela sobrevivência e somou o nono desaire nas últimas 11 jornadas.

Excelente exibição do guardião iraniano, que tudo fez para que o resultado fosse outro. Com excelentes reflexos e velocidade a sair dos postes, Amir foi uma espécie de pesadelo para Seferovic, Chiquinho e companhia.

Para atingir o GoalPoint Rating de 8.2 e o título de MVP do encontro, acumulou cinco defesas, quatro das quais em remates dentro da área do Marítimo, sendo que duas dessas intervenções foram de elevado grau de dificuldade. 

 

Jogadores em foco

  • Rafa 7.6 – A época ainda não acabou, mas não há volta a dar, muito dificilmente Rafa não será o jogador do Benfica mais regular desde o arranque da temporada. Sempre ligado à corrente, voltou a ser o principal dínamo do ataque benfiquista. Ao todo gizou três passes para finalização, 12 passes ofensivos valiosos (máximo no encontro), seis acções com a bola dentro da área adversária, foi eficaz em quatro dos seis dribles tentados e sofreu sete faltas.
  • Luca Waldschmidt 6.8 – Autor do único tento do dia na Luz, o alemão rubricou uma exibição positiva e esteve envolvida em diversas jogadas de perigo da equipa da casa. Além do golo, foi autor de mais três remates, duas ocasiões flagrantes orquestradas, quatro passes ofensivos valiosos e cinco acções com a bola dentro da área contrária. A rever, os seis maus controlos de bola que registou.
  • Grimaldo 6.2 – O espanhol não teve muito trabalho em termos defensivos e acabou por mostrar-se mais no último terço adversário, com três passes valiosos, três variações de flanco e três passes longos certos em quatro feitos.
  • Diogo Gonçalves 6.2 – O internacional sub-21 português demonstrou um bom entendimento com Rafa no flanco direito, destacando-se, ainda, graças aos dois passes para finalização que fez, sete passes valiosos e às 100 acções com a bola, número que mais ninguém atingiu.
  • Helton Leite 6.1 – Numa semana em que muito se falou de Vlachodimos, o brasileiro acumulou mais pontos na luta pela titularidade. Aos 62 minutos foi gigante e travou um tiro de Winck que parecia levar selo de golo.
  • Seferovic 5.4 – Há quatro jornadas consecutivas que o suíço marcava e desta feita só não voltou a festejar por culpa própria. O camisola 14 rematou em cinco ocasiões – Expected Goals (xG) de 1,1 – mas voltou a pecar no momento da finalização, falhando três ocasiões flagrantes.
  • Correa 5.4 – Em apenas 22 minutos deu velocidade e outra acutilância ao ataque insular. Já na fase de descontos ficou muito próximo de empatar a contenda.

 

Resumo

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