O BCP, o BPI e o Banif foram usados para esquemas de corrupção em Angola, sendo que a empresa holandesa SBM Offshore pagou subornos a quadros da Sonangol num total de mais de 6 milhões de dólares.
De acordo com o Jornal de Negócios, o objetivo era ser favorecida em concursos para os projetos de exploração petrolífera Kizomba C e Greater Plutonio.
Em causa estão transferência feitas entre 2005 e 2008, que na sua quase totalidade, foram efetuados através de contas que responsáveis da SBM Offshore tinham em bancos portugueses. A empresa é especializada em conceção, fabrico e comercialização de sistemas e equipamentos marítimos para a indústria do petróleo e do gás.
Um dos corrompidos foi Baptista Sumbe, antigo vice-presidente da Sonangol Shipping Holdings e, mais tarde, presidente do conselho de remunerações e previdência do BCP.
Em outubro do ano passado, a justiça helvética condenou Didier Keller, CEO da SBM Holding à data dos factos, a uma pena suspensa de dois anos de prisão. O dono da empresa com domicílio fiscal na Suíça declarou-se culpado do crime de corrupção ativa de quadros públicos estrangeiros.
Na sua acusação, lê-se que “os atos de corrupção de que Didier Keller é culpado são graves” e tinham como finalidade “a celebração e execução de contratos por parte da SBM em Angola”.
“Através das suas repetidas ações culposas, Didier Keller minou a objetividade e imparcialidade do processo decisório do Estado em Angola”, depois de ter percebido que “este Estado é notoriamente afetado pela corrupção endémica que tem repercussões económicas e sociais desastrosas”, lê-se ainda na acusação citada pelo Negócios.
Manuel Vicente, que à data liderava a Sonangol, não é citado como tendo recebido essas verbas. No entanto, a justiça suíça suspeita que o gestor pode ter tido conhecimento dos atos.