As autoridades chinesas confiscaram esta sexta-feira 7.600 rolos de papel higiénico e 20.000 pacotes de lenços de papel, com o rosto impresso do líder de Hong Kong, CY Leung, encomendados pelo Partido Democrático para venda durante o Ano Novo Chinês.
Segundo revela a edição deste sábado do South China Morning Post, diário de Hong Kong publicado em língua inglesa, a encomenda foi apreendida numa fábrica no interior da China, quando já estava pronta para ser despachada para Hong Kong.
O Partido Democrático de Hong Kong realizou a encomenda com o objectivo de vender o papel higiénico e lenços de papel numa feira em Hong Kong, na próxima semana, durante as festividades do Ano Novo Chinês.
Em 2014, o primeiro ano em que a ideia foi concretizada, o partido obteve receitas brutas estimadas em 100.000 dólares de Hong Kong (11.399 euros) com a venda de 4.000 rolos de papel, pelo que este ano decidiu aumentar a oferta e encomendou uma maior quantidade à mesma fábrica chinesa.
No entanto, as autoridades entraram na sexta-feira na fábrica, apreenderam a mercadoria e selaram as instalações, disse ao jornal Kelvin Lai King-Wai, diretor do departamento de comunicação criativa do Partido Democrático.
O Partido Democrático já tinha pago 70.000 dólares de Hong Kong (7.979 euros) por duas bancas na feira a realizar no Parque Vitória, em Hong Kong, e outros 20.000 dólares de Hong Kong (2.279 euros) de depósito pela mercadoria.
Kelvin Lai afirmou que o regime chinês “aparentemente aumentou a escalada dos seus ataques em todas as frentes contra o Partido Democrático depois do movimento” de protesto iniciado no outono passado a favor de eleições totalmente democráticas em Hong Kong.
O mesmo responsável explicou que o partido está em contacto com um fabricante de Hong Kong para tentar fazer uma encomenda de última hora, já que a feira começa dentro de uma semana.
Kelvin Lai recordou que a mesma fábrica já tinha produzido papel higiénico com imagens dos rostos do Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e do anterior chefe do governo de Hong Kong, Donald Tsang Yam-kuen, sem nenhum problema.
/Lusa