“Assinaturas moleculares” apontam novas formas de tratar o Alzheimer

A barreira hemato-encefálica, uma rede de vasos sanguíneos e tecidos que nutre o cérebro e o protege de substâncias nocivas que circulam no sangue, é perturbada na doença de Alzheimer.

Agora, uma equipa de cientistas descobriu assinaturas moleculares únicas de disfunção da barreira hemato-encefálica que poderão apontar novas formas de diagnosticar e tratar a doença.

Num novo estudo, publicado a semana passada na Nature Communications, os investigadores analisaram tecido cerebral humano do Mayo Clinic Brain Bank, bem como conjuntos de dados e amostras de tecido cerebral de instituições colaboradoras.

Segundo o ScienceBlog, o grupo de estudo incluiu amostras de tecido cerebral de 12 pacientes com doença de Alzheimer e 12 pacientes sem a doença confirmada. Através da utilização destes dados e outros externos, a equipa analisou células em mais de seis regiões do cérebro.

A equipa centrou-se nas células vasculares cerebrais, que constituem uma pequena parte dos tipos de células do cérebro, para examinar as alterações moleculares associadas à doença.

Além disto, os cientistas analisaram dois tipos de células que desempenham um papel na manutenção da barreira hemato-encefálica — os pericitos e as suas células de suporte conhecidas como astrócitos, para determinar se e como interagem.

Os investigadores descobriram que as amostras de doentes com Alzheimer apresentavam uma comunicação alterada entre estas células, mediada por um par de moléculas denominadas por VEGFA, que estimula o crescimento dos vasos sanguíneos, e SMAD3, que desempenha um papel vital nas respostas celulares ao ambiente externo.

A equipa utilizou células estaminais de amostras de sangue e de pele de dadores com a doença e de dadores do grupo de controlo. Ao tratar as células com VEGFA para ver como afetava nos níveis de SMAD3 e a saúde vascular em geral.

O tratamento com essas moléculas provocou uma diminuição dos níveis de SMAD3 no pericitos do cérebro, o que indica uma interação entre ambas.

Por fim, os investigadores tencionam continuar a estudar a molécula SMAD3 e os seus resultados vasculares e neurodegenerativos na doença de Alzheimer e ainda, procurar outras moléculas com potencial envolvimento na manutenção desta barreira.

Soraia Ferreira, ZAP //

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